Unicef alerta: falta de nutrientes está causando danos irreversíveis nas crianças pequenas
Segundo agência da ONU, menores de dois anos de idade não estão recebendo uma alimentação essencial para o crescimento e o desenvolvimento adequados; estudo mostra que houve pouco progresso na última década e pandemia de Covid-19 piorou ainda mais o cenário.
As crianças com menos de dois anos de idade não estão recebendo os nutrientes necessários para crescerem bem, causando “danos irreversíveis ao desenvolvimento”. O alerta é do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, que apresentou esta semana um estudo sobre alimentação infantil.
A agência fez um levantamento em 91 países e descobriu que apenas metade das crianças entre 6 meses e dois anos de idade recebe, por dia, o número mínimo de refeições recomendadas e apenas um terço consome a quantidade mínima de nutrientes essenciais.
Baixa imunidade
O problema é mais acentuado entre aquelas que vivem em áreas rurais ou são de famílias pobres.
O Unicef destaca que desde o início da introdução alimentar, é preciso garantir que bebês e crianças comam frutas, vegetais e fontes de proteína, para evitar problemas futuros de aprendizado, baixa imunidade e propensão a infecções.
Segundo a agência, o aumento da “pobreza, desigualdades, conflitos, desastres ligados ao clima e a pandemia de Covid-19 estão contribuindo com uma crise de nutrição entre as crianças menores”.
Leis específicas
A situação melhorou muito pouco nos últimos 10 anos e a diretora-executiva do Unicef declarou que uma alimentação pobre em nutrientes nos primeiros dois anos de vida pode prejudicar para sempre o crescimento físico e cerebral.
Henrietta Fore afirmou que a informação não é nova, mas o progresso para fornecer nutrientes adequados e alimentos seguros para as crianças tem sido muito pequeno. O Unicef pede aos governos e sociedade civil para trabalherem em conjunto pela transformação dos sistemas de proteção social, de saúde e de alimentos.
A agência sugere, por exemplo, que sejam implementados padrões nacionais e leis específicas para proteger as crianças menores do acesso a alimentos e bebidas ultra-processados e para acabar com práticas nocivas de marketing que têm crianças e suas famílias como alvo.