Ministro da Defesa de Portugal visita missão na República Centro-Africana
Comando da Missão de Formação da União Europeia passou para oficial francês; missão de paz elogiou dinâmica do contingente português integrando a Força de Reação Rápida atuando em território centro-africano.
O ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, fez uma visita oficial à República Centro-Africana, na sexta-feira. A presença em território centro-africano foi no âmbito da transição do comando da Missão de Formação Militar da União Europeia.
A liderança da operação passou do brigadeiro-general Paulo Neves de Abreu, de Portugal, para o brigadeiro-general Jacques Langlade de Montgros, da França.
Colaboração
A cerimónia oficial contou ainda com a presença do chefe de Estado, Faustin Archange Touadéra, e do representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na República Centro-Africana, Mankeur Ndiaye.
A visita constitui também “uma oportunidade para o ministro português discutir com o chefe da Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca, sobre o contributo de Portugal para a missão”. O país lusófono compõe a Força de Reação Rápida e capacita as Forças Armadas locais, Faca, através da Missão de Formação Militar da União Europeia na República Centro-Africana.
Foi a Força de Reação Rápida Portuguesa que esteve na linha da frente em Bossembele e desempenhou um papel extremamente importante na implementação do plano integrado para garantir a realização das eleições.
O ministro lembrou que Portugal está presente em terras centro-africanas há cinco anos e reafirmou a satisfação “por poder trabalhar com as autoridades do país”.
Cravinho reconheceu que persistem algumas dificuldades, mas destacou que “é necessário trabalhar mais para a estabilidade política e militar da RCA”. Os grandes temas do país dominaram o diálogo com o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas.
Força de Reação Rápida
O chefe da Minusca, Mankeur Ndiaye, sublinhou a importância da cooperação com Portugal e recordou “o trabalho essencial que as suas tropas realizam no terreno”.
O representante ainda elogiou o trabalho da Força de Reação Rápida de Portugal afirmando que "é um dos mais dinâmicos e apreciados no terreno", especialmente quando a Minusca viveu a crise de dezembro de 2020.
Ndiaye, destacou que “foi a Força de Reação Rápida Portuguesa que esteve na linha da frente em Bossembele e desempenhou um papel extremamente importante na implementação do plano integrado para garantir a realização das eleições”.
O enviado felicitou o ministro de Portugal pelo envolvimento daquele país a missão. Por sua vez, o ministro saudou o trabalho da Minusca pelo seu trabalho na reforma do setor de segurança na nação africana.
Reforma na segurança
A Minusca e a União Europeia, UE, mantêm uma boa colaboração no país, que resulta, entre outras coisas, em consultas regulares ao nível da hierarquia e nas atividades desenvolvidas com a Mfue e o Conselho da Missão da União Europeia.
A Mfue na República Centro-Africana é composta por oito Estados-membros, incluindo Portugal, com o objetivo de capacitar as Forças Armadas centro-africanas, no âmbito da Reforma do Setor de Segurança.
*Reportagem enviada do Unric Bruxelas para a ONU News, por António Ferrari.