Chefe humanitário da ONU pede compromissos no Afeganistão
Na véspera de encontro de alto nível sobre o país, chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, acredita que os novos líderes talibãs entendem a importância da defesa dos direitos das mulheres e nas condições para que as agências humanitárias possam funcionar
Em entrevista na sede da ONU em Genebra, o chefe humanitário da Nações Unidas, Martin Griffiths, disse que espera receber garantias formais do vice-primeiro-ministro talibã de que as agências humanitárias poderão operar livremente no Afeganistão.
Na véspera de encontro ministerial de alto nível sobre o Afeganistão, Griffiths reforça que será necessário mais de US$ 600 milhões para apoiar 11 milhões de pessoas até ao final deste ano.
Ajuda humanitária
Ele acredita que esse valor ajudará a atender as necessidades mais críticas do povo afegão. As agências da ONU e ONGs parceiras afirmam que a população precisa urgentemente de comida, medicamentos, serviços de saúde, água potável, saneamento e segurança.
Com mais da metade das crianças abaixo de 5 anos em risco de má nutrição e dois terços da população precisando de ajuda humanitária, Griffiths acredita que esse é o principal apelo no diálogo com o governo Talibã.
Para Griffiths, o talibã entende o quanto precisa da comunidade internacional para receber ajuda humanitária.
Compromisso
Griffiths entende que a necessidade de garantir a funcionalidade econômica do país pode levar o governo talibã a se comprometer com as Nações Unidas e aos apelos da comunidade internacional.
Em visita ao Afeganistão para dialogar com o governo recém formado, o representante da ONU levou suas principais preocupações: a garantia de completo acesso de organizações humanitárias e os direitos das mulheres.
O chefe da assistência humanitária afirmou que o Talibã prometeu respeitar os direitos das mulheres. Mas, há relatos de violência e privação de liberdade de mulheres e meninas em todo o país.
Lembrando que o Afeganistão já enfrentava uma situação delicada há anos, Griffiths espera que a reunião na próxima segunda-feira traga avanços e compromissos sobre o futuro do país.