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Emprego informal representa 70% dos novos postos de trabalho na América Latina BR

Vendedor ambulante durante a pandemia de Covid-19
Foto: OIT ILO/Jennifer A. Patterson
Vendedor ambulante durante a pandemia de Covid-19

Emprego informal representa 70% dos novos postos de trabalho na América Latina

Desenvolvimento econômico

OIT destaca que desemprego persiste na região e pede ação para combater crise; recuperação econômica não está sendo capaz de criar postos de trabalho perdidos durante a pandemia de Covid-19.  

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, revela que o trabalho informal representa 70% dos empregos criados desde o segundo semestre de 2020 em vários países da América Latina. No Brasil, por exemplo, a taxa é de 68%.  

Segundo a agência da ONU, o desemprego e a queda da participação na força de trabalho persistem devido aos impactos da pandemia de Covid-19 na economia. A OIT pede mais ação para combater a crise e a criação de postos de trabalho de melhor qualidade.  

Segundo a ONU, a taxa de desemprego entre os jovens é maior que a dos adultos.
Lin Qi
Segundo a ONU, a taxa de desemprego entre os jovens é maior que a dos adultos.

Qualidade baixa  

A recuperação econômica na região não é suficiente para trazer de volta os postos de emprego perdidos durante a pandemia. Com isso, o mercado de trabalho está marcado por uma alta taxa de desemprego e por uma forte prevalência do trabalho informal.  

O diretor da OIT para América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro, declarou que a região não está criando empregos “com a qualidade e a quantidade” necessárias. Pinheiro avalia que a situação é “complexa, com desafios de grande magnitude.” 

O representante lembra que os postos de trabalho informais geralmente “são instáveis, com salários baixos e sem direitos ou proteção social.” Vinícios Pinheiro destaca que a ligação entre emprego informal e desigualdades ficou ainda mais evidente.  

Mulheres da América Latina foram as mais afetadas pela crise no mercado de trabalho
Foto: Unsplash/wocintechchat
Mulheres da América Latina foram as mais afetadas pela crise no mercado de trabalho

Mulheres afetadas de forma desproporcional  

A análise da agência da ONU revela ainda que medidas para combater a crise de saúde tiveram um forte impacto na renda das pessoas que já trabalhavam de forma informal. Os que ficaram sem trabalho não tiveram acesso à proteção social nem a possibilidade de realizar as funções de forma remota.   

Segundo a OIT, ainda é preciso recuperar cerca de 30% dos empregos que foram perdidos desde o início da pandemia. Mulheres, jovens e pessoas com poucas habilidades profissionais foram afetados de forma desproporcional.  

A agência explica que há mais de 15 anos, não se registava na América Latina uma taxa tão baixa de participação econômica das mulheres.