Américas querem vacinas para todas as grávidas enquanto África foca em variantes
Saúde
América Latina e Caribe já imunizaram 28% com duas doses; África não chega a 3%; continente quer acelerar detecção e resposta para achatar curva após terceira onda.
A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, quer que a região priorize grávidas e lactantes na distribuição de vacinas contra a Covid-19.
A diretora do braço regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, Carissa Etienne, realçou a capacidade dos imunizantes de proteger o grupo e seus bebês falando no briefing virtual de quarta-feira.
Mortes
Para Etienne, todas as gestantes devem “após o primeiro trimestre, assim como aquelas que estão amamentando, receber a vacina”.
Um quarto dos países das Américas têm ainda 20% da população por imunizar para cumprir metas
Estima-se que mais de 270 mil grávidas tenham contraído o vírus nas Américas e cerca de 1% morreu A pandemia é a principal causa de mortes maternas este ano em países como México e Colômbia.
Para o caso mexicano, onde foi dada prioridade às gestantes na vacinação por algum tempo, “nem uma única mulher vacinada morreu de Covid-19 durante a gravidez”.
Etienne apelou ainda aos países a garantir que as tenham acesso a cuidados pré-natais. Pelo menos 40% dos Estados da região relataram interrupções nos cuidados maternos e neonatais durante a pandemia.
População
Na América Latina e Caribe, 28% dos cidadãos foram inoculados com as duas doses. Etienne revelou haver uma grande variação em termos nacionais. Um quarto dos países têm ainda 20% da população por imunizar para cumprir a metas.
A situação ainda está longe no continente africano com somente 3% dos habitantes totalmente imunizados.
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Em declaração separada, a mais alta representante regional da OMS na África informou que houve uma redução de quase 25% em novos casos na semana passada, na queda mais acentuada ocorrida em oito semanas após o pico em julho.
No entanto, a agência lamenta que o suprimento de vacinas, já limitado, possa cair em cerca de 25%. Para a chefe do Escritório Regional da OMS, Matshidiso Moeti, “cada dose é preciosa” neste momento.
Amostras
Moeti advertiu que se as empresas e os países priorizem a equidade de imunizantes “a pandemia acabaria rapidamente”.
No continente, a variante Delta foi detectada em mais de 70% das amostras recolhidas em países como Botsuana, Maláui e África do Sul. No Zimbábue, a taxa foi superior a 90%.
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A diretora disse estar em andamento um trabalho e ações críticas de apoio aos países na intensificação da vigilância de patógenos por meio do sequenciamento do genoma “para detectar e responder com eficácia às variantes”.
A OMS colabora com o Instituto Nacional de Bioinformática da África do Sul em esforços para estabelecer o Centro Regional de Excelência para Vigilância Genômica e Bioinformática, na Cidade do Cabo.
Inicialmente, o local deverá apoiar 14 países antes de ser expandido para outras nações. No continente, a agência ajudou a criar uma rede de laboratórios que já produziu cerca de 40 mil dados de sequenciamento.