Guterres faz reunião remota com funcionários da ONU no Afeganistão BR

Secretário-geral conversou com equipe da Missão das Nações Unidas no país, Unama, sobre providências para segurança do pessoal e continuidade das operações no país; OMS alerta que estoque de medicamentos só dura uma semana mais.
O chefe da ONU, António Guterres, realizou na manhã desta quarta-feira uma reunião remota com os funcionários da organização no Afeganistão.
A informação é o do porta-voz dele, Stephane Dujarric.
O porta-voz respondeu a perguntas de alguns jornalistas sobre a situação do pessoal da Missão da ONU no país, Unama. Ele contou que o secretário-geral falou aos funcionários a respeito das providências para manter a segurança dos empregados e a continuidade das operações humanitárias no Afeganistão.
A capital Cabul passou ao controle do movimento islâmico Talibã, em 15 de agosto, causando uma saída maciça do país não só de estrangeiros, mas também de afegãos.
Segundo o porta-voz, Guterres compreende “a profunda ansiedade” do pessoal da ONU sobre o futuro.
O secretário-geral e outros representantes da organização estão em contato com todos os atores do Afeganistão e países-membros da ONU para assegurar as condições que permitam continuar com as operações ao mesmo tempo em que protegem os funcionários.
Na terça-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que estava negociando a chegada de 500 toneladas de medicamentos ao Afeganistão.
O envio do material para tratamento de urgência, que está em Dubai, foi atrasado porque os voos comerciais foram suspensos do aeroporto internacional de Cabul.
A agência da ONU opera no Afeganistão há sete décadas e disse ter alcançado avanços, nos últimos 20 anos, com a redução da mortalidade materno-infantil, mas medicamentos cruciais estão acabando por causa da crise. O estoque atual é suficiente para apenas uma semana mais.
Uma outra preocupação são os serviços de saúde reprodutiva, mental, além de kits de higiene para os deslocados e vitaminas para crianças.
Um caso ainda mais grave é o aumento da Covid-19 e outras infecções, que podem se espalhar para outras áreas com os deslocados pela violência.
Até a segunda-feira, haviam sido notificadas 160 mil contaminações e 7 mil mortes. Com a insegurança, os testes também foram reduzidos em quase 80% se comparado à semana antes da tomada do Talibã.
Menos de 5% dos afegãos estão vacinados contra o novo coronavírus.
A OMS também está preocupada com a poliomielite, que ainda não foi erradicada no Afeganistão, e o risco para crianças.
A agência tem 700 pessoas trabalhando em todas as 34 províncias do país nas campanhas contra a pólio.