Unesco faz apelo por segurança dos jornalistas no Afeganistão
Agências de notícias divulgam casos de perseguição a profissionais da TV alemã Deustche Welle e a suas famílias; jornalistas afegãos que foram espancados pelo Talebã; diretora-geral da agência reforça compromisso com liberdade de expressão e destaca progressos nos últimos 20 anos.
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, está fazendo um apelo por liberdade de expressão e pela segurança de jornalistas no Afeganistão.
Audrey Azoulay declarou ser “crucial para os afegãos o acesso à informação crível e a uma mídia livre e independente”. Jornalistas confirmam que foram espancados pelo Talebã, enquanto profissionais da TV Deustche Welle, da Alemanha, estão sendo perseguidos e suas famílias atacadas.
Medo
Segundo agências de notícias, os militantes saíram à procura de um jornalista da rede alemã e nas buscas, acabaram assassinando o parente do profissional.
A diretora da Unesco disse que “ninguém pode ter medo de dizer o que pensa neste momento crítico, e a segurança de todos os jornalistas, incluindo mulheres, precisa ser garantida.”
Avanços em 20 anos
Azoulay ressaltou que a agência “continua comprometida em apoiar, de todas as maneiras, a liberdade de expressão e o acesso à informação para todos os afegãos”. Ela lembrou que nas últimas décadas, o setor de mídia profissional no país cresceu e se tornou mais “vibrante e diverso”.
Mas somente neste ano, pelo menos sete jornalistas foram assassinados. A Unesco destacou que “os progressos não podem ser desfeitos, em especial para as mulheres jornalistas, que precisam continuar seu trabalho crucial”.
Patrimônio Cultural
Nos últimos 20 anos, a agência da ONU ajudou o Afeganistão a formular novas leis, contribuiu para o desenvolvimento da mídia comunitária, ajudou a melhorar a educação dos profissionais do setor e a promover a produção de reportagens ligadas ao gênero.
Mais recentemente, a Unesco estava treinando profissionais da imprensa e da mídia na cobertura e reportagens sobre a crise de Covid-19.
A diretora da agência também fez um apelo à preservação do patrimônio cultural do Afeganistão, “um país com patrimônio rico e diverso, parte integral da história e da identidade”.
Audrey Azoulay lembrou que “qualquer dano ou perda deste patrimônio terá consequências para a paz duradoura no Afeganistão”.
Ela também pediu a segurança dos artistas e dos profissionais culturais do país.