
Agência para Migrações prioriza assistência humanitária em Cabo Delgado
Diretor-geral da OIM, António Vitorino, visitou região que já produziu mais de 800 mil desalojados pela violência na província do norte de Moçambique; metade são crianças; vítimas dos combates entre forças do governo e grupos armados não-estatais precisam de apoio psicossocial.
No encerramento de sua visita oficial a Moçambique, o diretor-geral da Organização Internacional para Migrações destacou o sofrimento das crianças que fogem dos combates na província de Cabo Delgado, norte do país.
António Vitorino falou à ONU News sobre o impacto do conflito, que começou em 2017.
Famílias
“Do ponto de vista humano o que me impressionou foi a tristeza nos olhos dessas crianças, são os relatos do sofrimento perante ataques bárbaros, sanguinolentos de que foram vítimas, sobretudo as crianças, estamos a falar de 800 mil desalojados, dos quais praticamente metade são crianças, e as crianças passaram por uma experiência extremamente traumática, difícil, muitas delas ficaram separadas das suas famílias e a nossa função é de minorar o sofrimento tanto quanto possível”
Face à situação que se vive na região norte de Moçambique, com os ataques dos insurgentes, o responsável da agência elogiou os progressos registrados pelas forças de defesa e segurança de Moçambique que contam com apoio da comunidade internacional.

Segurança
“Não é possível encarrar o futuro, a reconstrução do que foi destruído e a criação de condições para as populações voltarem a terem um sentido para sua vida se não houver segurança, e por isso, apraz-nos registrar os progressos no plano da segurança. Estes progressos criam nas próprias pessoas desalojadas, uma nova esperança de encontrarem a paz, a estabilidade e de poderem, oportunamente, retornar as suas regiões de origem.”
A Organização Internacional para Migrações, OIM, em Moçambique continua a operar no sul, centro e norte do país, em cooperação com o governo e parceiros humanitários, de desenvolvimento e de construção da paz.
Para o norte do Moçambique, a OIM já lançou um apelo de U$S 58 milhões. A reconstrução é uma das prioridades da agência.

Prioridades
“Reconstruir as infra estruturas destruídas, designadamente os serviços essenciais para vida cotidiana, o acesso à água, a eletricidades. A garantia do acesso à saúde e à educação porque nós não podemos deixar de registrar com preocupação que quase metade dos deslocados são crianças e que os impactos destes ataques terroristas nos jovens, nas crianças e nas mulheres foram particularmente severos.”
A OIM fornece apoio essencial a indivíduos vulneráveis e afetados pelo conflito com destaque a assistência psicossocial; avaliação das necessidades de saúde mental das pessoas deslocadas e aumento da consciencialização dentro das comunidades.
A visita do diretor-geral da OIM a Moçambique durou três dias e incluiu encontros com parceiros de cooperação e entidades do governo.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota.