Perspectiva Global Reportagens Humanas
Mercado Asa Branca, Cazenga, Luanda

Diálogos nacionais debatem sistemas e segurança da alimentação em Angola  BR

©FAO/J.C.Domingos
Mercado Asa Branca, Cazenga, Luanda

Diálogos nacionais debatem sistemas e segurança da alimentação em Angola 

Ajuda humanitária

ONU mira reflexão que leve a uma produção inteligente, eficiente e sustentável de comida; este agosto marca sessões presenciais e virtuais sobre Cimeira de Sistemas Alimentares 2021; cerca de 3,8 milhões de angolanos não têm alimentos suficientes. 

Propor alternativas mais inteligentes, mais eficientes e mais sustentáveis à forma como são produzidos alimentos é o que a ONU sugere em discussões sobre sistemas alimentares e seus desafios em Angola. 

A coordenadora residente da organização no país, Zahira Virani, destacou que é preciso ter em conta que “a alimentação atinge todos os aspectos da existência humana”.  

Consumidores 

Os debates deste mês incluem setores da produção como “ciência, negócios, política, saúde e academia, bem como agricultores, povos indígenas, organizações de juventude, grupos de consumidores e  ativistas ambientais”. 

Lançamento oficial dos Diálogos Nacionais sobre os Sistemas Alimentares em Angola
©FAO/J.C.Domingos
Lançamento oficial dos Diálogos Nacionais sobre os Sistemas Alimentares em Angola

 

Na preparação da Cúpula dos Sistemas Alimentares 2021, agendada para setembro, a ONU incentivou os países a organizar diálogos sobre os sistemas alimentares. O evento global de alto nível terá lugar em paralelo à 76ª Assembleia Geral. 

Em nível nacional, a meta é definir os passos para a transformação dos sistemas alimentares e acelerar a ação para alcançar as 17 Objetivos da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, e o Ministério da Agricultura e Pescas de Angola lideram as sessões dos Diálogos com as províncias do país.  

Estratégia  

Os encontros acontecem em formato presencial e virtual em consultas públicas que também ressaltam a nova Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de Angola. 

A Escola de Campo de Agricultores em Malanje, Angola, foi implementada pela FAO
©FAO/C.Valencia
A Escola de Campo de Agricultores em Malanje, Angola, foi implementada pela FAO

 

O país africano é destacado em relatório global publicado recentemente, apontando desafios como seca e fatores macroeconômicos que levaram à insegurança alimentar.  

O sul concentra a maioria dos cerca de 3,8 milhões de angolanos sem comida suficiente nas províncias do Cunene, Cuanza Sul, Cuando Cubango, Benguela, Huambo, Namibe e Huíla. Este ano, prevê-se que a estação de fome seja longa como resultado da pior seca em 40 anos.  

Resiliência 

Na mira da estratégia de 2022-2030 está a promoção de um sistema alimentar sustentável “capaz de erradicar a fome e de alimentar os angolanos, preservando os recursos naturais do país, assim como promovendo a sua resiliência alimentar.” 

Outra meta é que a produção seja sustentável, resiliente e acelere investimentos que permitam atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial o ODS número 2 prevendo a erradicação da fome a nível mundial até 2030.