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Após visita oficial a Tigray, chefe de ajuda humanitária da ONU pede fim do conflito   BR

O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths  conhece um casal cuja casa foi destruída em Hawzen, Tigray.
Ocha/Saviano Abreu
O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths conhece um casal cuja casa foi destruída em Hawzen, Tigray.

Após visita oficial a Tigray, chefe de ajuda humanitária da ONU pede fim do conflito  

Ajuda humanitária

Martin Griffiths se encontrou com famílias afetadas pela violência no norte da Etiópia; 90% da população da região dependem de assistência urgente para sobreviver.  

O subsecretário-geral para Assistência Humanitária das Nações Unidas encerrou uma viagem oficial de seis dias a Etiópia, onde visitou a região de Tigray, que é alvo de um conflito desde o fim de 2020.  

Esta é a primeira visita de Martin Griffiths, que assumiu o posto em meados do mês passado. Ele apelou para o fim do conflito e mais agilidade na ajuda humanitária.   

Primeiro-ministro  

Griffiths se reuniu com o presidente da região Amhara, com o primeiro-ministro da Etiópia e outras autoridades e representantes da União Africana, da comunidade diplomática e humanitária.  

Mais de 5,2 milhões de pessoas em Tigray, o que são 90% da população, precisam de ajuda urgente para sobreviver.   

Uma família de Samre, no sudoeste de Tigray, caminhou por dois dias para chegar a um acampamento para deslocados em Mekelle
Ocha/Saviano Abreu
Uma família de Samre, no sudoeste de Tigray, caminhou por dois dias para chegar a um acampamento para deslocados em Mekelle

 

Griffiths passou dois dias em Tigray, onde viu de perto a gravidade da situação humanitária após conversar com civis, ele disse que muitos perderam tudo que tinham após terem fugido de suas casas com a violência entre tropas federais e forças regionais em Tigray.  

Uma das famílias contou que a casa foi incendiada e as plantações saqueadas e agora não tem o que comer.  

Escolas e hospitais  

O chefe humanitário disse ainda que muita infraestrutura foi destruída como escolas, hospitais e sistemas de abastecimento de água.  

Refugiados eritreus na região de Tigray foram transferidos de seus acampamentos por razões de segurança.
Acnur/Hanna Qassis
Refugiados eritreus na região de Tigray foram transferidos de seus acampamentos por razões de segurança.

 

Nas cidades de Mekelle e Freweni, ele conversou com mulheres que sofreram “violência inimaginável” incluindo algumas que foram estupradas por várias semanas.   

Elas precisam de assistência urgente de centros de saúde e apoio a mulher, mas não conseguem por causa da destruição das instalações.  

Outros serviços danificados são bancos e postos de gasolina.  

Fome 

Cerca de 400 mil pessoas em Tigray já estão passando fome.  

O conflito está afetando também as localidades vizinhas de Amhara e Afar.  

Agências humanitárias estão ajudando milhões de vítimas da violência na Etiópia, que também enfrentam seca e deslocamento forçado. 

Griffiths afirmou que é sua prioridade que todos que precisam de assistência no país recebam ajuda.