ONU quer foco na recuperação de yazidis, sete anos após massacre do Isil
Secretário-geral ressalta atos do grupo terrorista que correspondem a crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio no norte do Iraque; OIM defende advocacia contínua ao avaliar exibição de filmagens sobre o tema no terreno.
Sete anos após o massacre do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, aos yazidis e a outros grupos comunitários, a ONU aponta a prioridade de se continuar reconhecendo a dor, a coragem e a promover uma recuperação e reabilitação das vítimas.
Em 2014, a comunidade minoritária do norte do Iraque perdeu pelo menos 104 membros assassinados durante ataques do grupo terrorista. Anos depois de identificadas e exumadas de valas comuns, as vítimas foram sepultadas em Sinjar, na província de Ninevah.
Violência
De acordo com a ONU, a invasão culminou com milhares de homens mortos. Mulheres e crianças foram escravizadas e estupradas. Dos cerca de 550 mil yazidis vivendo no Iraque antes dessas ações, mais de 360 mil membros da comunidade deixaram suas áreas de origem.
Em nota emitida pelo seu porta-voz, o secretário-geral destaca os milhares de yazidis vítimas de “violência inimaginável” pela sua identidade, e que “até hoje, muitos permanecem em campos de deslocados ou ainda estão desaparecidos”.
Guterres destaca que os “atos hediondos cometidos pelo Isil podem ser considerados crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio”, ao destacar que a responsabilidade total dos autores desses atos continua sendo essencial.
A ONU lembra que outra prioridade é apoiar esforços do governo iraquiano para garantir a responsabilização e proteger os direitos humanos. A organização sublinha a responsabilidade coletiva de proteger as comunidades dos crimes mais graves segundo o direito internacional.
Nova lei
Guterres elogia ainda a recente promulgação da Lei dos Sobreviventes Yazidi pelo Governo do Iraque, e o reconhecimento dos crimes cometidos pelo Isil contra esta e outras comunidades. Ele encoraja uma implementação rápida e completa.
Por ocasião da data, a Organização Internacional para Migrações, OIM, apresenta uma curta-metragem sobre o percurso de uma exposição de realidade virtual intitulada Nobody’s Listening, ou Ninguém está ouvindo.
A agência revela ter percorrido várias comunidades e áreas urbanas com a produção que pretende ilustrar, educar e lembrar as pessoas da magnitude do genocídio.
Segurança
Para a agência da ONU, é necessária advocacia contínua para atender às necessidades pendentes do povo yazidi e promover esforços para a justiça e indemnizações. Outra necessidade é resolver questões sobre administração, governança e segurança.
A OIM defende mais apoio e continuação de assistência humanitária para os repatriados e pessoas vivendo ainda como deslocadas, além de soluções alternativas para os que desejam ou não podem retornar.