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5,3 bilhões de pessoas estão protegidas com pelo menos uma medida anti-tabaco BR

OMS destaca que Portugal está entre os seis países que subiram para o grupo de melhores práticas
Unsplash/Kristaps Solims
OMS destaca que Portugal está entre os seis países que subiram para o grupo de melhores práticas

5,3 bilhões de pessoas estão protegidas com pelo menos uma medida anti-tabaco

Saúde

Número é quatro vezes superior aos dados de 2007; Organização Mundial da Saúde destaca Portugal por cobrar impostos em pelo menos 75% dos preços de varejo; menores de idade que usam cigarros eletrônicos têm três vezes mais chances de continuarem fumando na vida adulta.

Muitos países estão progredindo na luta contra o tabaco, mas um levantamento da Organização Mundial da Saúde, OMS, mostra que várias nações estão falhando na regulamentação de novos produtos com nicotina.

Ao apresentar o relatório esta terça-feira, em Genebra, a OMS destaca que 5,3 bilhões de pessoas no mundo estão cobertas com pelo menos uma medida anti-tabaco. 

1 bilhão de pessoas no mundo são fumantes e o tabaco mata 8 milhões de pessoas por ano
© Unicef/Shehzad Noorani
1 bilhão de pessoas no mundo são fumantes e o tabaco mata 8 milhões de pessoas por ano

Seis Medidas 

Este total é quatro vezes maior do que os números de 2007. Ainda assim, 1 bilhão de pessoas no mundo são fumantes e o tabaco mata 8 milhões de pessoas por ano. 

A agência tem seis medidas de controle: monitorar o uso dos cigarros; proteger as pessoas do fumo; oferecer opções para que deixem de fumar; alertar sobre os perigos do cigarro; proibir a publicidade desses produtos e aumentar os impostos.

Mais da metade das nações e metade da população mundial está coberta por pelo menos duas dessas medidas, o maior nível alcançado até hoje. 

OMS destaca atuação contra a asma que inclui o combate ao tabagismo
OMS
OMS destaca atuação contra a asma que inclui o combate ao tabagismo

Portugal 

A OMS destaca que Portugal está entre os seis países que subiram para o grupo de melhores práticas por cobrar impostos que representam pelo menos 75% do valor de venda ao varejo. 

O relatório mostra ainda que mais da metade dos habitantes do planeta está exposta a maços de cigarro que trazem impressas fotografias fortes com avisos sobre os riscos para a saúde.

Ao mesmo tempo, algumas medidas, como aumentar os impostos sobre o tabaco, avançam de forma mais lenta, segundo a OMS. Além disso, 49 países continuam sem nenhuma medida de controle. A maioria são nações de rendas baixa ou média.

49 países continuam sem nenhuma medida de controle
Unsplash/Mathew MacQuarrie
49 países continuam sem nenhuma medida de controle

E-Cigarros 

Esta é a primeira vez que a OMS inclui no relatório dados sobre cigarros eletrônicos, que geralmente tem como público-alvo crianças e adolescentes. A agência alerta para as informações falsas sobre esses produtos, feitos com uma variedade de sabores que se tornam apelativos aos jovens. 

A OMS faz um alerta: os menores de idade que usam cigarros eletrônicos têm até três vezes mais chances de continuarem fumando na vida adulta. A agência pede aos governos para implementarem regulamentações e assim, prevenir que estes produtos ganhem novos adeptos. 

De acordo com a OMS, a epidemia do tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou
OMS/Marcelo Moreno
De acordo com a OMS, a epidemia do tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou

“Marketing Agressivo”

O diretor-geral da OMS lembra que a nicotina é altamente viciante. Tedros Ghebreyesus destaca que os produtos eletrônicos também são perigosos e, por isso, precisam de regulamentação. 

Atualmente, cigarros e outros produtos eletrônicos com nicotina estão proibidos em 32 países. A OMS explica que outras 79 nações têm pelo menos uma medida contra os “e-cigarros”, mas 84 países ainda não implementaram alguma restrição. 

O embaixador global da OMS para Doenças Crônicas, Michael Bloomberg, criticou a indústria do tabaco pelas campanhas “agressivas de marketing para cigarros eletrônicos e pelo lobby que fazem com os governos”. 

Segundo Bloomberg, o objetivo é simples: “viciar mais uma geração em nicotina”, algo que o mundo “não pode deixar acontecer”.