Nações Unidas ressaltam oportunidades para reverter situação de fome no mundo BR

Na abertura da Pré-Cúpula para a Conferência dos Sistemas Alimentares, vice-secretária-geral destaca união em torno da ideia de que os alimentos podem ajudar a trazer soluções para o alcance dos ODSs; Roma abriga reunião de três dias; mais de 800 milhões no mundo estão famintos.
Começou esta segunda-feira, em Roma, na Itália, a Pré-Cúpula Alimentar da ONU, uma reunião de três dias que serve de preparação para a Conferência dos Sistemas Alimentares, que ocorrerá em setembro, em Nova York.
O secretário-geral da ONU gravou um vídeo que foi apresentado no encontro, onde afirmou que a "guerra contra a natureza inclui um sistema alimentar que gera um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa". António Guterres lembrou que esse mesmo sistema alimentar é "responsável por 80% das perdas de biodiversidade".
A vice-secretária-geral da ONU está em Roma e discursou na abertuda da Pré-Cúpula, lembrando que os tempos atuais “são complexos e difíceis, com o mundo vivendo uma pandemia há longos 18 meses”.
Amina Mohammed destacou os impactos do coronavírus na segurança alimentar: atualmente, entre 720 e 811 milhões de pessoas no mundo passam fome. No ano passado, 2,37 bilhões não tiveram acesso a alimentos adequados.
A vice-chefe da ONU lembrou também que 3 bilhões de pessoas não têm dinheiro para comer de forma saudável. Amina disse se tratar de uma situação “inaceitável”, com o mundo falhando em garantir um direito humano fundamental – o acesso à comida.
Mas a vice-secretária-geral também enviou uma mensagem de esperança na Pré-Cúpula dos Sistemas Alimentares, ao afirmar que a pandemia está trazendo desafios e oportunidades.
Amina Mohammed destacou que com a liderança da ONU, 145 países estão dialogando e já reconheceram “a natureza universal da Agenda 2030” e “o potencial poderoso dos sistemas alimentares para garantir progressos em todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
A vice-chefe das Nações Unidas disse haver mais liderança, pois todas as regiões já identificaram prioridades para cooperação e ação. Segundo ela, já foram enviadas mais de 2 mil sugestões para ação acelerada, incluindo a participação dos jovens e das comunidades indígenas.
Amina Mohammed afirmou que “apesar da pandemia ter causado distância física, este processo também uniu pessoas, em torno da ideia simples de que os alimentos podem ajudar a criar soluções” para o alcance dos ODSs.
A vice-chefe da ONU destacou que “as pessoas estão reconhecendo que por meio da comida, é possível ver toda a relevância da Agenda 2030. E com isso, estão inspiradas a agir.”
Amina garantiu estar “cheia de esperança e energizada com a ambição” mostrada até agora. Mas é preciso fazer mais e a pré-cúpula é essencial para “fornecer uma direção aos líderes” que estarão na Conferência dos Sistemas Alimentares, em setembro.
Ela lembrou que no encontro que segue até quarta-feira, em Roma, serão apresentadas ações de apoio aos países, para que a Agenda 2030 possa ser cumprida na totalidade.
A vice-secretária-geral lembrou não haver uma fórmula única: é preciso trabalhar país por país, comunidade por comunidade, para garantir o apoio a cada realidade”. Outro ponto importante é alimentar todas as pessoas do mundo, sem prejudicar o futuro do planeta.
Amina lembrou que a comida “nos une enquanto famílias, comunidades, culturas e humanidade”. Por isso, o sistema alimentar deve ser usado como motivo de união em torno da urgência e das ações necessárias para transformar o mundo até 2030.”