Tóquio 2020: Parceria global quer aumentar pessoas com deficiência nos esportes
Novo acordo entre OMS e Comitê Paralímpico Internacional deve melhorar acesso à reabilitação de qualidade; colaboração prevê forte componente da tecnologia que impulsiona capacidades do grupo, que ultrapassa 1 bilhão da população global.
Um acordo entre a Organização Mundial da Saúde, OMS, e o Comitê Paralímpico Internacional, CPI, quer aumentar a participação das pessoas com deficiência no esporte, garantir cuidados e tecnologias para garantir que o grupo realize seu potencial.
O anúncio da iniciativa foi feito no desenrolar das competições olímpicas que acontecem em Tóquio, no Japão. A seguir ao evento, serão realizados os Jogos Paralímpicos, entre 24 de agosto e 5 de setembro.
Esporte para todos
As duas partes querem atuar promovendo a diversidade e equidade. O plano é incentivar iniciativas globais em favor da saúde e do esporte “para todos, em todos os lugares.”
Entre as metas da parceria estão melhorar o acesso global à reabilitação de qualidade. Outro componente é o reforço do sistema que melhora as capacidades das pessoas com deficiência, também conhecido como tecnologia assistiva.
Com estas medidas se pretende contribuir acelerando a cobertura universal de saúde e baixar as desigualdades quanto ao acesso a esses serviços essenciais.
A parceria realça que esse é um pré-requisito para “garantir oportunidades iguais e a participação pessoas com deficiência em esportes, incluindo os atletas paraolímpicos.”
Plataforma
Para o diretor-geral da OMS, esporte e saúde são aliados naturais com benefícios que se reforçam mutuamente. Tedros Ghebreyesus defende que os Jogos Paralímpicos são uma “demonstração inspiradora” do que as pessoas com deficiência podem alcançar.
A expetativa é que a parceria sirva de “plataforma para que mais pessoas do grupo participem do esporte, mas também demonstrem por que a cobertura universal de saúde é tão importante”. O chefe da agência da ONU ressalta que deve haver garantia de que “todos tenham os cuidados e as tecnologias de que precisam para realizar seu potencial.”
O presidente do CPI, Andrew Parsons, vê no acordo mais benefícios na sociedade com a prática esportiva, que considera “uma ferramenta tremenda para garantir que as pessoas tenham estilos de vida ativos e saudáveis.”
Baixo acesso
Muito além da promoção de estilos de vida saudáveis, ele ressalta o papel que a tecnologia assistiva tem, “criando um mundo inclusivo, especialmente em favor de mais de 1 bilhão de pessoas com deficiência”.
Apesar de a deficiência ser uma questão de saúde pública global, a maior prevalência ocorre em países de baixa renda. Entre os fatores estão o baixo acesso aos cuidados de saúde e à tecnologia assistiva.
Cerca de 15% da população mundial vive com deficiência, um número que está crescendo devido a fatores como mudanças demográficas, incluindo o envelhecimento da população e o aumento global das condições crônicas de saúde.
Reabilitação
Metade das pessoas com deficiência pode pagar os cuidados de saúde, com serviços de reabilitação. Mas somente um décimo tem acesso à tecnologia assistiva.
A pandemia de Covid expôs o grupo a maiores riscos de contrair a doença e ter problemas de saúde. É que as informações e cuidados não foram fornecidos de maneiras facilmente acessíveis.