OMS faz primeiras recomendações globais sobre edição do genoma humano
Relatórios divulgados pela agência trazem indicações para ajudar a estabelecer, de forma segura, a edição do genoma como uma ferramenta de saúde pública; destacado potencial para diagnósticos mais rápidos e prevenção de doenças genéticas.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, está fazendo, pela primeira vez, recomendações para garantir que a edição do genoma humano seja uma ferramenta global de saúde pública segura, ética e eficaz.
O diretor-geral da agência lembra que editar o genoma “tem o potencial de aumentar a capacidade de tratar e de curar doenças”. Mas Tedros Ghebreyesus destaca que toda a população precisa ser beneficiada, sendo importante evitar o aumento das desigualdades no setor de saúde entre países.
Prevenção de doenças
A OMS lembra alguns benefícios da edição do genoma humano: diagnósticos mais rápidos e precisos, tratamentos mais eficientes e até prevenção de doenças genéticas.

Um dos exemplos são as terapias que modificam o DNA de um paciente para tratar ou curar uma doença. A OMS destaca que já houve sucesso em casos de HIV e a “técnica tem potencial para melhorar vários tratamentos contra o câncer”.
Riscos
Mas existem riscos: alterar o genoma de embriões, por exemplo, pode ter reflexos em gerações futuras e com isso, são modificados os traços genéticos dos descendentes.
Os estudos divulgados pela agência da ONU nesta segunda-feira trazem várias recomendações sobre edição de genoma, focando em áreas como registros, pesquisas internacionais, pesquisas ilegais, antiéticas ou inseguras e propriedade intelectual.
As diretrizes da OMS buscam em garantir que em todos os países, a edição do genoma seja feita de maneira ética e segura. Segundo agência, foram dois anos de estudo envolvendo cientistas, pesquisadores, pacientes, líderes religiosos e povos indígenas.