Conselho de Segurança renova por um ano acesso humanitário ao noroeste da Síria BR

Caminho de Bab al-Hawa é o único que permite a passagem de auxílio; assistência inclui meios para combater a Covid-19; secretário-geral saudou a adoção após advertir sobre consequências arrasadoras do fracasso em prolongar a autorização.
O Conselho de Segurança renovou esta sexta-feira, por um ano, o mandato do mecanismo de entrega de ajuda humanitária transfronteiriça à Síria.
Os 15 Estados-membros do órgão adotaram por unanimidade a proposta da Irlanda e da Noruega, um dia antes de expirar a atual autorização.
O documento determina que agências da ONU e seus parceiros continuem utilizando a travessia de Bab al-Hawa, na fronteira entre os territórios sírio e turco, até 10 de julho de 2022.
Recentemente, o secretário-geral apresentou um relatório ao órgão destacando que uma falha em estender o mandato teria consequências arrasadoras.
Em nota, emitida logo após a nova medida, António Guterres saúda a extensão do prazo, destacando que a assistência humanitária transfronteiriça “continua sendo uma tábua de salvação para milhões de pessoas que vivem dentro e fora da área”.
Guterres sublinha que a nova autorização garantirá a continuidade do auxílio para mais de 3,4 milhões necessitados, incluindo 1 milhão de crianças.
O líder da ONU ressalta que as necessidades continuam, no entanto, “a superar a resposta” e que mais passagens e fundos permitiriam que a organização fizesse mais para ajudar o número crescente de pessoas que precisam.
A organização garante continuar engajada com as partes para facilitar os comboios das linhas cruzadas que também “são essenciais para a expansão da resposta geral à medida que as necessidades humanitárias continuam a crescer.”
Antes da adoção da nova proposta, a Rússia apresentou um projeto prevendo que o mandato para a travessia de Bab al-Hawa fosse estendido por seis meses, até janeiro.
A nova medida reconhece que “as atividades humanitárias são mais amplas do que apenas atender às necessidades imediatas da população afetada e devem incluir apoio a serviços essenciais”. Entre eles estão fornecimento de água, saneamento, saúde, educação e projetos de recuperação precoce de abrigos”.
O secretário-geral deverá informar ao Conselho sobre a transparência nas operações e o progresso no acesso para atender às necessidades humanitárias, destaca a resolução.
O órgão pede que haja atuação internacional “com medidas práticas para responder às necessidades urgentes do povo sírio, à luz do profundo impacto socioeconômico e humanitário da pandemia da Covid-19.
O documento relembra que é preciso que o acesso humanitário seja “completo, seguro e desimpedido, sem demora, inclusive para pessoal humanitário e médico, equipamento, transporte e suprimentos para facilitar a entrega de ajuda”.
Em 2014, o Conselho autorizou pela primeira vez uma operação de ajuda transfronteiriça na Síria através de quatro pontos.
No ano passado, a travessia foi reduzida ao ponto de passagem da Turquia, que leva a uma área do noroeste da Síria controlada pelos rebeldes.