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Conselho de Segurança condenou o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise

Governo do Haiti pede ajuda internacional para esclarecer morte de presidente   BR

ONU/Cia Pak
Conselho de Segurança condenou o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise

Governo do Haiti pede ajuda internacional para esclarecer morte de presidente  

Paz e segurança

Solicitação partiu do embaixador do país junto à ONU em reunião fechada do Conselho de Segurança; enviada do secretário-geral diz que pedido deve ser relevado; organização diz-se pronta a apoiar investigações com perícia necessária.

O assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi destaque numa reunião às portas fechadas do Conselho de Segurança que esta quinta-feira teve um informe da representante especial do secretário-geral no país Helen La Lime. 

A também chefe do Escritório Integrado da ONU no Haiti, Binuh, anunciou que o embaixador haitiano junto à organização solicitou apoio internacional para as investigações. Ela advertiu que esse pedido deve ser levado a sério pela comunidade internacional. 

Assistência  

Face à solicitação de assistência para a investigação, La Lime disse que a missão política está disposta a ajudar com o que for preciso e nas perícias. Ela acrescentou que deve ser especificado o tipo de assistência de segurança.  

ONU assegura que continuará ao lado do povo do Haiti e das autoridades nacionais.
Minujusth/Leonora Baumann
ONU assegura que continuará ao lado do povo do Haiti e das autoridades nacionais.

 

A enviada realçou que as próximas duas semanas serão cruciais para que as investigações ocorram e os culpados sejam levados à justiça. 

A representante frisou que pelo menos seis pessoas foram presas e a polícia haitiana trabalha arduamente para prender o “comando que entrou no complexo residencial e atacou o presidente e a esposa”. Antes da reunião do Conselho, agências de notícias informaram que as autoridades policiais anunciaram a morte de quatro suspeitos e que outros continuam foragidos. 

Tragédia  

Para a representante da ONU “é ainda muito cedo para comentar exatamente o que aconteceu” e examinar as circunstâncias em redor da violência, mas as investigações nacionais começaram e vão continuar.  

La Lime considerou ainda que a situação é muito séria neste momento após o que chamou “assassinato de forma covarde”. Ela assegurou que a ONU continuará ao lado do povo do Haiti e das autoridades nacionais.  

A representação da ONU trabalha “muito e de forma bastante próxima de todos os envolvidos”.  La Lime elogiou a resiliência do povo haitiano “que permaneceu calmo após essa tragédia nacional”.  

Polícia ao serviço da missão da ONU no Haiti
Minustah/ Logan Abassi
Polícia ao serviço da missão da ONU no Haiti

 

A chefe da Binuh disse incentivou às partes envolvidas na questão a permanecerem unidas, realçando que estas precisam “deixar de lado suas diferenças e traçar um caminho comum a seguir e para superar de forma pacífica o momento difícil”. 

Calendário eleitoral 

Na quarta-feira, o primeiro-ministro haitiano se encontrou com representantes da comunidade internacional e assegurou que o seu governo está empenhado no diálogo e na continuidade do processo para a realização das eleições. De acordo com o calendário eleitoral, divulgado na semana passada, a votação para as legislativas e presidenciais será realizada em 26 de setembro deste ano.  

Antes, o Conselho de Segurança condenou o assassinato “nos mais veementes termos” pedindo que os autores do crime hediondo fossem prontamente levados à justiça. 

Aos políticos do Haiti, os 15 Estados-membros do Conselho apelaram que se abstenham de quaisquer atos de violência ou incitamento e tenham calma, contenção evitando atos que piore a instabilidade. 

O Conselho pediu diálogo e reafirmou sua determinação em monitorar a situação em curso reiterando que é essencial “respeitar o Estado de direito e garantir a segurança das pessoas e operações da ONU” no Haiti.