OMS recomenda medicamentos que bloqueiam interleucina 6 para tratar Covid-19 BR

Pacientes com casos graves e críticos podem ser tratados com tocilizumab e sarilumab, juntamente com corticoides; bloquear a proteína facilita resposta do sistema imunológico; Organização Mundial da Saúde, OMS, respalda estudo científico que prova que medicamentos reduzem em 17% o risco de mortes por coronavírus.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, está recomendando o uso de bloqueadores da interleucina 6, juntamente com corticoides, em pacientes com casos severos ou críticos de Covid-19.
A interleucina 6 é uma proteína envolvida na resposta inflamatória do organismo e serve para bloquear sua produção ajudando o sistema imunológico a combater o coronavírus.
As novas recomendações da agência surgem após os resultados de um estudo científico publicado pela Associação Médica Americana. As pesquisas foram feitas com quase 11 mil pacientes hospitalizados com Covid-19, em 28 países.
A conclusão foi a seguinte: quando o tratamento no hospital inclui medicamentos que bloqueiam a interleucina 6, as chances de o paciente ser intubado ou morrer são menores.
O estudo, coordenado pela OMS em parceria com universidades britânicas, como a London King’s College, avalia os efeitos dos bloqueadores tocilizumab e sarilumab, que geralmente utilizados no tratamento da artrite reumatoide.
Em pacientes internados, administrar uma dessas drogas, juntamente com um corticoide, reduz o risco de morte por Covid-19 em 17% e o risco do paciente ser intubado em 21%, isso na comparação com o uso isolado de corticoides.
A OMS explica que nas pessoas com casos severos de Covid-19 o sistema imunológico reage de forma exagerada, gerando a proteína interleucina 6.
Os estudos científicos testaram o uso de medicamentos que inibem esta proteína, como a tocilizumab e a sarilumab. Os pesquisadores da OMS avaliaram os benefícios clínicos, combinando dados de 27 ensaios clínicos em 28 países.
Pacientes que receberam os bloqueadores da interleucina 6 tiveram uma chance menor de morrer: 22%, comparado com 25% entre pessoas com formas severas de Covid-19 recebendo tratamento padrão.
A pesquisa também avaliou como esses medicamentos podem ajudar a diminuir necessidade de ventilação mecânica: em cada 100 internados nessa situação, mais sete irão sobreviver, sem precisar ser intubados.
A representante da OMS declarou que os resultados de pesquisas deste tipo são “uma das melhores maneiras de encontrar tratamentos que vão ajudar mais pessoas a sobrevirem à Covid-19”.
De acordo com Janet Diaz, “esses medicamentos precisam chegar às pessoas de países com rendas mais baixas”, já que existe uma desigualdade mundial na distribuição de vacinas e são essas populações que tem um risco maior de contrair formas graves e críticas da Covid-19.