Violência em Eswatini é “profundamente preocupante”, diz escritório da ONU BR

Entidade que monitora direitos humanos diz que protestos por reformas já causaram dezenas de mortos e feridos; autoridades criticadas por resposta com força desproporcional e desnecessária; relatos de corte de serviços de internet também são motivos de apreensão.
O Escritório dos Direitos Humanos das Nações Unidas considera “profundamente preocupante” a eclosão da violência nos últimos dias no Reino de Eswatini, a antiga Suazilândia.
Nesta terça-feira, a porta-voz Liz Throssell informou, em Genebra, que acompanha relatos de dezenas de mortes ou feridos durante os protestos que exigem reformas democráticas na única monarquia absolutista da África.
Agências de notícias destacaram que as manifestações começaram em maio após a morte de um estudante de direito de 25 anos, supostamente por membros da polícia.
Imagens de vídeo, circulando na semana passada, mostravam manifestantes que exigiam reformas fugindo do Exército que tentava dispersá-los.
O Escritório realçou ter recebido alegações de “uso desproporcional e desnecessário da força, assédio e intimidação” das forças de segurança para suprimir os protestos. A outra razão de preocupação é o corte de serviços de internet.
O apelo feito às autoridades de Eswatini é que adiram totalmente aos princípios dos direitos humanos para restaurar a calma e o Estado de direito.
As denúncias recebidas pelo Escritório incluem o uso de munição real pela polícia e o saque de instalações e incêndio de edifícios, de veículos ou bloqueio de estradas realizados pelos manifestantes.
O pedido ao governo é que assegure o início de “investigações rápidas, transparentes, eficazes, independentes e imparciais” sobre todas as alegações de violações dos direitos humanos para que os autores sejam responsabilizados.
Outro apelo é que as autoridades de Eswatini comecem a realizar um diálogo de longo prazo para que sejam expostas e atendidas as preocupações públicas que deram origem aos recentes protestos.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU disse estar empenhado a colaborar para o reforço da promoção e proteção dos direitos humanos, incluindo a garantia do direito às liberdades de expressão, reunião e associação pacíficas e participação na condução dos assuntos públicos.