Bachelet pede à Autoridade Palestina que garanta segurança de manifestantes em protestos em Ramallah
Alta comissária para Direitos Humanos emitiu comunicado após o que chamou de “uso excessivo da força” de agentes da polícia palestina contra pessoas que saíram às ruas no último fim de semana.
As Nações Unidas estão preocupadas com o nível de violência durante protestos de rua, marcados para este sábado em Ramallah, capital da Cisjordânia.
Em comunicado, a chefe do Escritório de Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu às Autoridade Palestina que garanta a segurança de quem decidir participar das marchas.

Crítico do governo
O apelo ocorre após a repressão violenta pelas Forças de Segurança Palestinas dos protestos do fim de semana passado. Muitos agentes estavam à paisana, mas havia alguns uniformizados e também indivíduos armados que responderam aos manifestantes.
A alta comissária disse que o governo e o Estado palestino são obrigados a assegurar a liberdade de opinião, expressão e o direito de reunião. Para Bachelet, qualquer uso desnecessário e desproporcional da força tem de ser prontamente investigado de forma independente e transparente.
As manifestações começaram após a morte do ativista Nizar Banat, em 24 de junho. Um importante crítico do governo, ele foi morto numa operação violenta das Forças de Segurança Palestinas.

Belém
Após a morte, manifestantes saíram às ruas de Ramallah, Hebrom e Belém. As manifestações estão sendo monitoradas pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU, na área.
A alta comissária saudou as garantias do primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, de que a morte do ativista será investigada e que todos os manifestantes terão seu respeito ao direito de reunião e expressão garantido.
Muitos manifestantes apanharam com cassetetes e foram reprimidos com gás lacrimogêneo e granadas de choque.
Ameaças de morte
As forças palestinas chegaram a jogar spray de pimenta em um dos funcionários de direitos humanos da ONU, que sofreu agressões.
Defensores de direitos humanos e jornalistas também foram vítimas das forças de segurança palestinas, num incidente que Michelle Bachelet diz não ter precedente.
Jornalistas mulheres e outras manifestantes foram agredidas e muitas relataram assédio sexual durante os protestos. Algumas tiveram seus celulares roubados ou confiscados e foram intimadas a comparecer na delegacia. Outras foram ameaçadas de morte nas redes sociais.