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Países ricos investiram até 212 vezes mais em assistência social do que nações pobres BR

O Pnud forneceu apoio financeiro para famílias em Bangladesh durante a crise da Covid-19
Pnud/Fahad Kaizer
O Pnud forneceu apoio financeiro para famílias em Bangladesh durante a crise da Covid-19

Países ricos investiram até 212 vezes mais em assistência social do que nações pobres

Desenvolvimento econômico

Pnud divulga relatório citando “choque econômico sem precedentes” devido à pandemia de Covid-19; 41 países foram avaliados, incluindo Brasil e Moçambique; medidas evitaram que 12 milhões de pessoas caíssem para abaixo da linha da pobreza.

A pandemia de Covid-19 fez aumentar ainda mais a lacuna entre países ricos e pobres, de acordo com o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud.

O relatório, divulgado esta quinta-feira, é baseado em 41 países, incluindo Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, Moçambique e Reino Unido. Citando um “choque econômico sem precedentes”, o Pnud destaca que as nações ricas investiram até 212 vezes mais em assistência social do que os países pobres.

Cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Pandemia de Covid-19 fez aumentar ainda mais a lacuna entre países ricos e pobres
ONU News/ Daniel Dickinson
Cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Pandemia de Covid-19 fez aumentar ainda mais a lacuna entre países ricos e pobres

Impacto 

Isso evitou que 12 milhões de pessoas dos países avaliados caíssem para abaixo da linha da pobreza e passassem a viver com menos de US$ 1,90 por dia. 

O impacto das políticas de assistência social dentro do grupo de pessoas que vivem com US$ 5,50 por dia ou menos foi ainda maior: entre 42 milhões de pessoas, 31 milhões não passaram para a pobreza desde março de 2020. 

O Pnud destaca que os países ricos puderam gastar mais em medidas de proteção social. Já no caso das nações de rendas média e baixa, os investimentos foram insuficientes para prevenir o aumento no número de pessoas pobres. 

Relatório ressalta as estimativas de quantas pessoas se tornaram pobres durante a pandemia de Covid-19: entre 117 milhões e 168 milhões de pessoas
Unicef/Daniel Timme
Relatório ressalta as estimativas de quantas pessoas se tornaram pobres durante a pandemia de Covid-19: entre 117 milhões e 168 milhões de pessoas

Diferenças 

O levantamento revela “enormes diferenças entre as quantias gastas entre países ricos e pobres para mitigar a pobreza”. No mundo, foram investidos US$ 2,9 trilhões em políticas de proteção social, mas deste total, apenas US$ 379 bilhões foram gastos por países em desenvolvimento. 

O chefe do Programa da ONU para o Desenvolvimento afirma que “a pandemia de Covid-19 gerou um número sem precedentes de medidas de proteção social inovadoras”. 

Mas Achim Steiner lembra que “com os países ricos gastando até 212 vezes per capita a mais em proteção social do que os vizinhos mais pobres, o desafio é expandir o espaço fiscal para permitir que todos os países implementem medidas que evitem que mais pessoas caiam na pobreza”.

Porto de Manaus, Brasil
FMI/Raphael Alves
Porto de Manaus, Brasil

Brasil

O estudo do Pnud avalia, por exemplo, auxílios de emergência em dinheiro. Neste caso, apenas Argentina, Brasil, Israel e Estados Unidos concederam transferências que garantiram à uma parcela da população ter uma renda temporária de pelo menos o valor da linha da extrema pobreza. 

O relatório ressalta as estimativas de quantas pessoas se tornaram pobres durante a pandemia de Covid-19: entre 117 milhões e 168 milhões de pessoas.