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Infraestrutura resiliente é quatro vezes mais econômica que reconstruir após desastres  BR

Inundação na comunidade de Chaco’i, a 30 milhas de Assunção, capital do Paraguai, em julho de 2014.
Unicef / Martin Crespo
Inundação na comunidade de Chaco’i, a 30 milhas de Assunção, capital do Paraguai, em julho de 2014.

Infraestrutura resiliente é quatro vezes mais econômica que reconstruir após desastres 

ODS

Em Bruxelas, secretário-geral mobilizou comunidade internacional para um “investimento no futuro”; reunião especial da ONU sobre Água e Desastres destaca posicionamento global durante o pós-pandemia. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, defende um futuro com investimento na infraestrutura resiliente. Em cada dólar aplicado em infraestrutura resiliente a desastres são economizados US$ 4 na reconstrução. 

O líder da ONU participa na 5ª Sessão Temática Especial da ONU sobre Água e Desastres, em Bruxelas. O lema da reunião é Reconstruindo Melhor para um Mundo Mais Resiliente e Sustentável Pós-Covid-19. 

Políticas  

O evento é organizado pelo Painel de Especialistas e Líderes de Alto Nível sobre Água e Desastres e pelo Instituto Nacional de Pós-Graduação para Estudos de Políticas do Japão. 

Secretário-geral António Guterres disse  50% de todas as crises podem ser preveníveis de alguma forma
ONU/Eskinder Debebe
Secretário-geral António Guterres disse  50% de todas as crises podem ser preveníveis de alguma forma

Guterres disse que uma melhor recuperação depende do investimento na resiliência. Ao mesmo tempo deve-se enfrentar desafios da gestão da água, como enchentes e secas, e fornecer serviços de água e saneamento para todos. 

Ele lembrou que a pandemia mostrou a importância da prevenção e preparação numa recuperação eficaz. E disse que o Quadro Sendai para Redução do Risco de Desastres enfatiza vários perigos e riscos interconectados e cita riscos biológicos. ciclonefuracao

O secretário-geral defende políticas sobre a redução de risco de desastres, a recuperação da crise de saúde e a adaptação climática. 

Meio Ambiente 

Para Guterres, as medidas pós-pandemia devem ser transformadoras, preservando o meio ambiente, os ecossistemas e a biodiversidade e, se possível, reparando os danos. 

Moradores de Puerto Cabezas, a principal cidade da região norte da Nicarágua, após a passagem do furacão Eta.
© PMA
Moradores de Puerto Cabezas, a principal cidade da região norte da Nicarágua, após a passagem do furacão Eta.

Guterres contou que mais de 100 países têm uma estratégia de redução de risco de desastres, pelo menos parcialmente, alinhada com o Quadro de Sendai. Pelo menos 55 nações e governos locais têm planos sobre a questão, essenciais para construir resiliência partindo do zero. 

Tratando-se de uma minoria de Estados nessa situação, Guterres apelou todos os países e governos locais a cooperarem, estabelecendo parcerias com o setor privado e a sociedade civil e acelerando a implementação. 

Responsabilidade 

Ele sugeriu uma governança de risco centrada na participação, inclusão, transparência e responsabilidade para que não sejam prejudicados os esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Quadro de Sendai e o Acordo de Paris. 

Para todas as questões sobre água e desastres, o secretário-geral reafirmou a parceria das Nações Unidas. 

Guterres apontou a Década Internacional para a Ação, “Água para o Desenvolvimento Sustentável” e a Conferência da Água em 2023 como oportunidades para que a comunidade internacional se mobilize para transformar a gestão da água e alcançar as metas globais ligadas à água. 

Vista da destruíção nas Bahamas causada pela passagem do pelo furacão Dorian.
Foto: ONU/Mark Garten
Vista da destruíção nas Bahamas causada pela passagem do pelo furacão Dorian.