
OMS preocupada com rápido aumento de novos casos de Covid-19 na África
Já são mais de 5 milhões de notificações, superando a metade do pico registrado de cinco meses na segunda fase; continente teve duas doses aplicadas a cada 100 pessoas, contrastando com proporção de 68 por 100 em nações desenvolvidas.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou que os casos de coronavírus na África aumentaram quase 30% na semana passada. Os óbitos subiram 15% durante o período, segundo o informe apresentado esta quinta-feira.
Falando a jornalistas de Brazzaville, a diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, disse que a subida de casos é similar ao pico da primeira vaga ocorrido em julho de 2020.
Segunda vaga
Agora com mais de 5 milhões de notificações, o total corresponde a cerca de metade do pico registrado na segunda vaga em janeiro de 2021.
O novo coronavírus já matou 136 mil pessoas. Outros mais de 4,5 milhões se recuperaram da doença. Moeti ressaltou que após quatro semanas de subidas consecutivas, a terceira vaga da África está crescendo e se acelerando rapidamente.

A chefe regional da OMS realçou que a cada semana, a subida de novos casos é de mais de 20% em 22 países africanos. A República Democrática do Congo, a Namíbia e o Uganda já ultrapassaram o pico da segunda vaga.
Moeti ressaltou ainda que a região enfrenta o evoluir da terceira vaga numa trajetória preocupante de aumento de casos que “deve despertar todos para uma ação urgente.”
Sistemas de saúde
Ela destacou ainda o exemplo da Índia e de outros lugares para ilustrar como se pode recuperar rapidamente ou deixar sobrecarregar os sistemas de saúde.

Em relação à vacina, mais de 5 milhões de doses foram administradas nos últimos cinco dias, em comparação com cerca de 3,5 milhões unidades semanais nas últimas três semanas.
Moeti explicou que quase 12 milhões de pessoas já estão totalmente vacinadas na região africana. Apesar dos progressos, o número equivale a menos de 1% da população do continente.
A diretora realçou que 23 países usaram menos da metade das doses que receberam. Destes, quatro passam por um ressurgimento devido a “desafios logísticos, lacunas nos fundos operacionais ou por questões de hesitação quanto a vacinas”.
Profissionais
A chefe da OMS em África disse que para se evitar uma terceira vaga deve haver uma entrega imediata de doses, lembrando que quase 85% de todas as unidades foram administradas em países de alta e média alta renda.
Nos países mais desenvolvidos a média é de 68 doses aplicadas a cada 100 pessoas, em comparação a quase duas por 100 habitantes no continente africano.
Matshidiso Moeti disse que o total já administrado globalmente até agora teria sido suficiente para cobrir todos os profissionais de saúde e idosos na África, se os imunizantes tivessem sido distribuídos de forma equitativa.
