Enviado alerta para “efeitos drásticos da instabilidade” no Mali para a sub-região
Representante da ONU apelou à ação imediata do Conselho de Segurança em favor de reformas e um processo eleitoral confiável no país africano; novas autoridades de transição garantem respeitar trâmites até escolha de líderes em fevereiro de 2022.
O Conselho de Segurança realizou uma sessão sobre o Mali, três semanas após o golpe que derrubou o governo interino do presidente Bah N’daw e do primeiro-ministro Moctar Ouane.
Na reunião, o chefe da Missão da ONU no Mali, El-Ghassim Wane, disse que chegou a hora de os líderes se colocarem acima da política partidária e dos interesses pessoais. Ele realçou que o apoio da operação de paz permanecerá crítico na nova etapa.
Calendário
Para Wane, é preciso ação para criar reformas essenciais e um processo eleitoral confiável, apesar de garantias dadas pelo novo presidente e pelo primeiro-ministro interinos de que respeitariam o calendário de transição.

Até as eleições presidenciais e legislativas em 27 de fevereiro de 2022, o coronel Assimi Goita liderará a transição. Ele depôs os ex-líderes interinos e já tinha liderado um golpe em agosto do ano passado.
Há uma semana, Goita indicou o civil Choguel Kokalla Maiga como primeiro-ministro. Ele prometeu formar um governo inclusivo de acordo com os apelos internacionais.
Incerteza
O golpe de Estado de 24 de maio, foi o segundo em nove meses. No ato, o ex-presidente Bah N’daw e seu primeiro-ministro Moctar Ouane foram presos. Eles renunciaram aos cargos dois dias depois, estando ainda detidos.
Para as Nações Unidas, estes eventos “aumentaram a incerteza e a complexidade da transição política” no Mali, que visava restabelecer o governo-eleito após o golpe de 18 de agosto de 2020.
Wane disse aos membros do Conselho que a segurança continua sendo uma questão de grande preocupação no norte e centro da nação africana. Ele destacou que o ato tem impacto devastador na vida das pessoas.
Acesso a serviços
Os maiores desafios fora da capital maliana, Bamako, são a insegurança e a falta de acesso a serviços básicos como educação, água e outros.
O enviado realçou que o Mali está em um momento crítico no qual não se pode permitir que caia em mais instabilidade, o que teria consequências drásticas para a sub-região e além.
