Cerca de 350 mil vivem em situação de fome em Tigray, na Etiópia
Agências da ONU querem maior acesso humanitário a áreas bloqueadas por grupos armados; operação de auxílio de emergência cobre somente metade dos que precisam.
Pelo menos 4 milhões de pessoas enfrentam escassez severa de alimentos na região etíope de Tigray, na Etiópia.
Destas, 350 mil já passam fome no noroeste, que enfrenta um conflito, desde novembro, entre forças regionais e o Exército etíope.
Grupos armados
Esta quinta-feira, várias agências da ONU reagiram à Classificação de Fase Integrada, IPC, que é uma iniciativa de mensuração da segurança alimentar. O índice vai desde insegurança alimentar mínima até o nível de catástrofe.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, destaca que as informações sobre a segurança alimentar são profundamente preocupantes. A agência apela para acesso humanitário, agora bloqueado por grupos armados.
O PMA realça que é essencial criar condições para que as pessoas em Tigray recebam serviços vitais e que a agência possa chegar até elas com assistência alimentar para se evitar uma catástrofe.
A agência aumentou a distribuição de alimentos para chegar a 1,4 milhão de pessoas, mas realça que este esforço corresponde apenas à metade do número de pessoas que deveria ser alcançado.
Fome iminente
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO, e o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, pedem urgência com a dramática insegurança alimentar aguda.
As agências alertam sobre o risco de fome iminente, a menos que se aumente continuamente a comida, o apoio aos meios de subsistência e outras intervenções para salvar vidas.
Também é preciso alcançar o fim dos confrontos.
A análise IPC envolve 15 agências da ONU, entidades regionais e organizações não-governamentais. A meta é apoiar uma tomada de decisões baseada em avaliações de insegurança alimentar e desnutrição que sejam adotadas de forma consensual.