Irã não responde pedidos de informação sobre três sítios de energia nuclear no país
Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, afirma que diálogo técnico com Irã não produz resultados esperados; verificação e monitoramento foram afetados pela falta de implementação do Plano Abrangente de Ação Conjunta, Jcpoa na sigla em inglês.
O Irã não ofereceu nenhuma informação nova sobre um sítio de energia nuclear e não respondeu as perguntas da agência sobre duas outras locações. Uma declaração por escrito sobre um quarto sítio foi entregue pelo país, mas o documento não contém qualquer conteúdo substantivo.
Foi assim que o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, descreveu a interação da Aiea com o Irã sobre o programa nuclear do país.
Natureza pacífica
Em sua apresentação ao Conselho Diretor da agência, formado por países-membros, Grossi afirma que as discussões técnicas com o Irã não produziram os resultados esperados.
Para a Aiea, a falta de avanços no esclarecimento das questões mencionadas pela agência sobre as declarações de salvaguardas do Irã afeta a avaliação de garantia da natureza pacífica do programa nuclear iraniano.
Na abertura da sessão trimestral com o Conselho Diretor, Rafael Mariano Grossi afirma que as dificuldades de verificar os sítios aumentaram com a decisão do Irã de não mais implementar o Plano Abrangente de Ação Conjunta, Jcpo na sigla em inglês.
Desde fevereiro, as atividades de verificação e monitoramento estão sendo afetadas pela decisão. Com o Plano e o Protocolo Adicional, os inspetores da Aiea tinham amplo acesso em todo o país.
Respostas
O chefe da Aiea afirma que “a presença de múltiplas partículas de urânio de origem antropogênica em três sítios no Irã, que não foram declarados à agência, assim como a existência de partículas alteradas de forma isotópica, em uma dessas locações são uma clara indicação de material nuclear ou de equipamento contaminado com material nuclear nesses locais”.
O diretor-geral reiterou o pedido ao Irã para esclarecer e resolver essas questões o mais rapidamente possível enviando informações, documentos e respostas para as perguntas da agência.
Coreia do Norte
Como parte de seu discurso ao Conselho, Grossi também pediu à Coreia do Norte para cumprir suas obrigações com base nas resoluções do Conselho de Segurança para cooperar com a Aiea.
Os inspetores da agência foram expulsos da Coreia do Norte em 2009 e continuam a monitorar o programa nuclear do país usando informações coletadas fora da nação asiática incluindo imagens de satélites.
Mesmo com as restrições impostas pela Covid-19, a Aiea realizou todo o trabalho de verificação no ano passado, e várias atividades no terreno no mesmo nível de anos anteriores.
Grossi lembrou que o trabalho não pode parar e que as inspeções estão de acordo coas medidas de saúde pública necessárias.
PCR testes
No ano passado, a Aiea apoiou 146 países e territórios incluindo 35 países menos desenvolvidos com seu Programa de Cooperação Técnica. Cerca de 1950 kits de testagem contra a Covid RT-PCR foram encomendados à Aiea, que também apoiou 285 laboratórios em 127 países.
Em novembro, o diretor-geral da Aiea participará da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP-26, marcada para Glasgow, na Escócia. Grossi disse que reforçará a necessidade de alvos de descarbonização e mitigação do clima. Ele afirma que sem a contribuição substantiva da energia nuclear não será possível alcançar as metas do clima.