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Entrevista: João Marcello Bôscoli BR

João Marcello Bôscoli lembra que a discussão sobre a monetização não é nova, mas ao ressurgir durante a pandemia, ela pode acabar levando a um “denominador comum"
Acervo Pessoal
João Marcello Bôscoli lembra que a discussão sobre a monetização não é nova, mas ao ressurgir durante a pandemia, ela pode acabar levando a um “denominador comum"

Entrevista: João Marcello Bôscoli

Cultura e educação

Produtor musical brasileiro fala sobre os desafios que estão sendo enfrentados pelo mercado da música desde o início da pandemia de Covid-19. João Marcello Bôscoli falou também da iniciativa ResiliArt, da Unesco, para apoiar profissionais do setor de artes e cultura, e do crescimento do streaming durante a suspensão dos shows e eventos ao vivo.

O produtor musical brasileiro, filho de Elis Regina e Ronaldo Bôscoli, conversou com a ONU News sobre os desafios que estão sendo enfrentados pelo mercado da música desde o início da pandemia de Covid-19. Bôscoli falou também da iniciativa ResiliArt, da Unesco, para apoiar profissionais do setor de artes e cultura, e do crescimento do streaming durante a suspensão dos shows e eventos ao vivo.

Para João Marcello, que é sócio do selo Trama, uma das maiores gravadoras do país que trabalha com todos os gêneros musicais, a recuperação do setor deve se dar em 2022, numa análise mais realista. Ao falar do crescimento do streaming e o ressurgimento do debate sobre direitos autorais, o produtor musical afirma que essa é uma “conversa de gente grande” e deve ser conduzida por nomes como Paul McCartney e outros talentos da música internacional.

No mês passado, McCartney e mais de 150 músicos britânicos escreveram uma carta aberta ao governo do Reino Unido pedindo mudanças na lei de direitos autorais do país na era do streaming. O grupo sugere um pagamento de 50% aos autores cada vez que a música é executada nas plataformas digitais. Para João Marcello, a discussão não é recente, mas tem avançado na direção certa o que pode resultar num acordo que atenda a todos os envolvidos na indústria musical.

Leia a íntegra da entrevista de João Marcelo Bôscoli a Monica Villela Grayley, da ONU News.

Entrevista: João Marcello Bôscoli

 

ONU News: O nosso convidado de hoje é João Marcello Bôscoli, considerado um dos maiores produtores musicais do país. Ele é jovem, mas já é um veterano na profissão porque o primeiro disco que o João gravou, do qual ele participou, ele tinha apenas 11 nos. E a gente conversa com ele hoje diretamente de São Paulo, do estúdio da Trama, que é o selo que o João administra no Brasil. Tudo bem, João?

João Marcello Bôscoli: Tudo ótimo. Muito obrigado. Eu fico muito feliz de pode estar aqui trocando ideias, aprendendo e falando de música que é a minha grande paixão.

 

ON: Nós que ficamos felizes de ter você, de contar com você. Muito obrigada por reservar este espaço para falar com a ONU News. Você disse que durante essa pandemia, você tentaria gravar dois grandes nomes por mês, numa média. Como está este projeto, o que você está lançando?

JMB: Durante a pandemia, o que aconteceu foi, automaticamente, uma suspensão deste projeto de lançar dois singles por mês. O que acontece? A minha parte, dentro  do estúdio, a gente até consegue fazer. Claro que no começo da pandemia, nós fechamos o estúdio durante dois meses porque ainda não sabíamos exatamente, era uma grande incógnita, o conjunto de procedimentos que deveriam ser tomados para garantir ali algo saudável, né? As regras sanitárias e tal. E a gente acabou suspendendo, momentaneamente, retomamos agora há pouco, este processo, porque veja só: um dos singles que a gente ia gravar era uma partitura que eu tenho da Chiquinha Gonzaga, que ela escreveu no final dos anos 20. Então, para isso, você precisa reunir um grupo de músicos num mesmo ambiente. Isso se torna impossível. E mesmo que você esteja gravando algum artista, que seja um artista de música eletrônica, então você resolve tudo com um músico num dia, e o cara vem colocar a voz. Depois, a sequência desse trabalho ao vivo, ela ficaria prejudicada, ele não teria como fazer essa música ganhar o mundo ali, né? E pras apresentações ao vivo. Então, a gente se concentrou, o ano passado, numa coisa que eu acho que o mundo inteiro acabou embarcando que são as lives. Uma coisa que a gente já tinha experiência de fazer no começo da década. A gente ficou dois anos e meio fazendo apresentações de 2 horas ao vivo de segunda à sexta: 2011, 2012, 2013. Então, com essa pequena bagagem aí de conhecimento, a gente colocou em prática.
Então, eu digo que o ano passado, pro estúdio, essencialmente, foi um período de lives. De todos os gêneros: de MPB, de rock, tem desde o Péricles até o Baile do Simonal passando pelos Titãs, o pessoal do hip hop, do funk...
Então, a forma, né, a maneira de se comunicar através da música, o ano passado,  que acabou dominando, sendo a possível, foi a música live, feita de um estúdio direto pra casa do fã de música.

 

ON: E João, e como foi a aceitação dessas lives, a frequência num primeiro momento, você acha que elas vieram para ficar?

JMB: As lives já existiam antes e elas ganharam uma importância. Parece que é tanto tempo que a gente está vivendo esta pandemia, né?  É um ano que parece uma década, né? Você deve se lembrar do momento em que os músicos começaram a tocar nas varandas dos seus apartamentos, né? Parece que a música começou a ser um bálsamo momentâneo ali para conseguir dar um certo combustível, um certo ânimo pra gente seguir em frente. Então, eu acho que as lives, que como disse, eram uma coisa que já existia, elas ganharam um protagonismo em função da necessidade humana, de a gente se alimentar de música. De a gente se sentir ligado ali, mesmo que digitalmente, através desta linguagem universal que é a música. Eu acho que veio pra ficar. A gente ainda vai ter um bom tempo até uma estabilização de toda essa questão envolvendo a performance ao vivo porque essencialmente falamos de aglomerações.
Então, houve um refinamento. Houve o desenvolvimento de ferramentas que permitem, por exemplo, que cinco músicos, em lugares diferentes, toquem juntos sem nenhum tipo de latência, de atraso. Vimos a explosão de várias ferramentas de transmissão. Então, aquilo que a gente via há 30 anos: era um caminhão que parava na porta de um lugar com uma antena para fazer uma transmissão, isso acabou sendo transportado pra dentro do celular. Tudo mundo acabou desenvolvimento um império de música que cabe dentro do próprio bolso, né?

Lang Lang, Celine Dion, Lady Gaga e Andrea Bocelli cantam Prayer. Cerca de 39% de artistas encontraram uma alternativa nas plataformas de internet
Captura vídeo
Lang Lang, Celine Dion, Lady Gaga e Andrea Bocelli cantam Prayer. Cerca de 39% de artistas encontraram uma alternativa nas plataformas de internet

 

ON: E nessa pandemia. Você está falando no aspecto logístico, que foi muito bem resolvido. E o aspecto humano? O pessoal que trabalha, o pessoal de apoio, os músicos, os compositores, o pessoal das artes. Esse pessoal está sofrendo...

JMB: É uma crise sem precedentes. Eu nunca ouvi falar. Nunca li algo que se aproxime ao que estamos vivendo. A área da música foi uma das primeiras a parar. 
E quando a gente fala da produção de música. Evidentemente que é uma cadeia de profissionais, que continuam sofrendo muito. É uma crise muito profunda. Como disse foi um dos primeiros setores a serem impactados, a pararem completamente e dos últimos a voltarem. Quando a gente fala das lives, evidentemente que as lives elas proliferaram mundo afora, mas poucas lives são de fato rentáveis, né?
As pessoas, a área de evento, a área de shows, apresentação ao vivo é a maior fonte de receita no campo da música. Então, poucas pessoas conseguiram seguir o seu caminho sem grandes trovoadas. Pouquíssimas. A maior parte, sem querer fazer um exercício matemático aqui, mas seguramente mais de 90% dos profissionais sofreram muito porque quando você fala de um show, você tá falando das pessoas que montam, que desmontam, que transportam, toda a infraestrutura, os maquinistas, os motoristas.

 

ON: Como você mesmo diz, o pessoal que não está no “andar de cima”, né?

JMB: É. As pessoas que não aparecem durante o show no palco. Mas olha, normalmente tem muito mais gente atrás do palco do que no palco. Aquelas 5, 10, 15 pessoas fazendo uma apresentação, mas tem uma equipe grande de pessoas envolvidas...

 

ON: Eu queria saber o que vocês estão fazendo em São Paulo, e até outras partes do Brasil; no Rio, por exemplo, eles estão organizando mutirões e várias ações inclusive doando parte dos direitos autorais para que essas pessoas possam ter uma assistência. O que está ocorrendo em São Paulo, que é o maior mercado?

JMB: Está acontecendo da mesma forma. Acho que há grupos de profissionais que se reúnem e que tentam encontrar saídas para isso. Há doações. As coisas são feitas, muitas vezes, de forma silenciosa para não gerar nenhum tipo de constrangimento. Agora é uma cadeia incessante de fechamento de estabelecimentos, de estúdios, enfim de iniciativas que envolvem qualquer tipo de aglomeração. Então, é uma crise profunda. A gente vê as sociedades arrecadadoras também adiantando recebimentos e artistas também adiantando pra suas equipes, os shows, que no futuro podem vir a acontecer. É uma crise, sem precedentes, né? Assim, as iniciativas acontecem, muitas delas silenciosas para não constranger as pessoas até porque a crise não é só no setor de música. Mas o tamanho da crise é desproporcional como barulho que ela tem feito. Acho que essa imagem que o mundo da música tem de serem pessoas felizes, que trabalham com o que gostam, de ser algo lúdico, divertido e tal, tira um pouco a percepção das pessoas, da profundidade da crise, que de fato, existe.

 

ON: A Unesco lançou o movimento ResiliArt, no ano passado, justamente para chamar a atenção para os artistas. E ela mesmo diz que 83% dos shows foram cancelados. E até depois de um ano, um pouco mais... Mas como os artistas podem vislumbrar uma luz no fim do túnel. Você vislumbra essa luz?

JMB: Com a volta gradativa, com a vacinação, com as políticas de distanciamento, de máscara etc, sim, mas é algo que é previsto pra boa parte do mundo, que trabalha com um prazo, e o Brasil trabalha com um prazo mais adiante. Então, eu vi amigos meus que têm clubes noturnos, pequenas casas de show, e casas grandes, as venues... Eu vi todos eles ensaiando uma volta e tirando o pé porque veja: a gente está num país que estabeleceu um patamar de mortes e de contaminação diárias, que é um patamar muito alto. Então quando você fala em fazer um show, a casa vai receber 20%, 30% das pessoas, mas além da conta não fechar, e eu acompanho isso de perto, você tem uma questão até de clima inclusive de responsabilização. Quem é que quer subir num palco, reunir uma plateia e saber que daquele lugar pode ter saído uma taxa de contaminação alta? Então assim, existe uma perspectiva? Existe. Mas não é algo para o ano de 2021. É algo que eu acredito que vá começar a respirar mesmo com a vacinação mesmo com tudo, observando o ritmo que tem no Brasil, é a partir de 2022, né?
Antes do final desse ano, eu acho inviável. Uma coisa ou outra. Um acontecimento ou outro sim. Mas de maneira recorrente, retomando o pulso, o ritmo dos eventos musicais, isso vai demorar um bom tempo. Eu tenho um programa que eu faço no teatro, que foi suspenso, independente do teatro ter patrocínio.  As pessoas não querem o risco de reunir ali, 20%, 30% daquela capacidade possível de espectadores e isso pode ser uma fonte geradora de contaminação, né?
É um assunto muito delicado, né? De ânimo, ético e, claro, em última instância de sobrevivência profissional, né?

A Unesco afirma que os danos socioeconômicos causados pela pandemia geraram um atraso de várias décadas no mercado da cultura e das artes em todo o mundo
VOX
A Unesco afirma que os danos socioeconômicos causados pela pandemia geraram um atraso de várias décadas no mercado da cultura e das artes em todo o mundo

 

ON: E foi o que você falou: o momento não é pra festa, não é para celebração. É um momento bem sombrio....

JMB: Sim, claro que nesses momentos, a música funciona como um respiro, como um fator de expressão um pouco, de a gente ter um momento de pegar fôlego mesmo, literalmente... Mas, por outro lado, eu percebo que aqui, sobretudo, as notícias são tão pesadas, que, às vezes, eu pessoalmente, falo apenas por mim, por favor, me sinto estranho, falo: puxa, o mundo está acabando, neste momento, pra algumas pessoas, está tudo meio caindo... É claro que é fundamental manter a esperança, mas fazer um show, né, parece, às vezes, parece, desrespeitoso até, né? Aí é interessante quando você consegue reunir uma apresentação musical e uma causa, neste momento, e que não é retórica, são ações necessárias...

 

ON: Você ficou sabendo da carta assinada por Paul McCartney e mais de 150 artistas no Reino Unido, como Neil Gallagher, Roger Daltrey, pedindo que a lei de direitos autorais fosse modificada. Segundo esta carta, enviada ao primeiro-ministro Boris Johnson, os artistas ganham 15% das execuções na internet, quando eles ganhavam 50% quando tocava na rádio, ou ainda ganham. E eles queriam mais ou menos um equilíbrio nisso. Como você analisa esta situação hoje em dia, pros artistas hoje e compositores, se você vê este movimento chegando ao Brasil. Como esse movimento poderia ser debatido e resolvido no próprio país?

 

JMB: Eu acho importante lembrar que toda vez que surge uma nova mídia, depois do surgimento da mídia é que vêm as leis e as regulamentações. Então o streaming, apesar de já haver o streaming desde o século passado, o streaming digital, desde o início dos anos 90, mas de forma mais específica, no meio acadêmico e tal, como principal fonte de audição, o streaming é algo muito recente. Essa discussão com relação ao pagamento dos direitos digitais é algo também que vem desde a virada do milênio. A gente teve um momento onde foi uma explosão de consumo de música de graça na internet, e aí quando você parte da discussão que ou você recebe alguma coisa ou você recebe zero. É melhor receber alguma coisa, é melhor ter uma empresa estruturada te pagando nem que não seja aquilo que você acha o ideal, mas pagando algo, do que você não receber nada, o pontapé inicial dessa conversa foi esse, né? A gente tem um fenômeno que começou em 99 quando o Fanning e o Parker criaram o Napster e aí começou o peer to peer. E aí logo na sequência veio o Itunes em 2001, não tinha ainda o streaming, era o download, você tinha que baixar a faixa pra ouvir, e a coisa foi acontecendo. Eu acredito que: primeiro, é uma discussão de gente grande. É uma discussão que você precisa deter alguém com o peso de, por exemplo, um Paul McCartney, de um grupo de artistas ali pra poder fazer uma pressão. E eu acho que é uma discussão que deve chegar a um denominador comum.  
Quando surgiu o rádio houve essa discussão, quando surgiu o VHS, teve essa discussão. Quando mudou de mídia do vinil pro CD também os contratos foram revistos. A chegada do MP3. Então é uma discussão pertinente. E é uma discussão que já, há algum tempo, habita a música pop. A Taylor Swift já uma época quis tirar as músicas porque disse que não recebia o suficiente. Eu acho que está chegando num ponto de amadurecimento onde as receitas vão ser revistas porque agora a gente já tem inclusive uma jurisprudência histórica para analisar e ver o que é possível fazer. Mas a gente sai do zero, onde não se recebia nada, pra empresas que trabalham com streaming legalizadas, com acervos, com contratos assinados, com pagamentos auditados. Agora é uma questão de acertar o preço. Eu realmente acho que no Brasil, você ter 1 milhão de streamings e receber 30 dólares, é um patamar baixo. Mas acho que com o tempo esse preço vai ser ajustado. A gente só não pode se iludir que não vai sobrar nada, nem uma conta pro ouvinte final. Eu acho que esse valor que pagamos, hoje, para ter 30, 40, 50 milhões de música a nossa disposição, sem falar nos podcasts, em aulas, entrevistas, esse preço também vai ser revisto ou a publicidade. Esse lance de você ouvir de graça, financiado por alguém, desde a Renascença, passando pelo rádio, pela televisão, pelo cinema e tal, os campeonatos de futebol, os times, esse lance de você ter uma marca financiando a audição ou a oportunidade de você assistir a um determinado evento. Isso pode ser trazido e já foi trazido à equação. Eu acho um momento onde essa discussão já tem um passado recente pra não ser apenas histórica e pode chegar a um denominador comum.

Em 15 de abril, Dia Mundial da Arte, a Unesco realizou um debate com profissionais do setor e apresentou uma pesquisa de opinião com artistas no Brasil
Unesco Brasil
Em 15 de abril, Dia Mundial da Arte, a Unesco realizou um debate com profissionais do setor e apresentou uma pesquisa de opinião com artistas no Brasil

 

ON: E você acha que esta etiqueta que eles colocando de 50:50, ela é justa?

JMB: Ué, poucas coisas soam mais justas do que meio a meio, pelo menos, pra gente começar a conversar, né? Eu acho que existe um investimento gigante feito em infraestrutura. Existe um investimento muito grande feito na gestão. São micro pagamentos. Enfim, as plataformas, elas têm um trabalho muito grande de polícia tecnológica e de gestão financeira a ser feito. E por outro lado, tudo isso veio em torno de uma criação artística. Então, pra começar, o meio a meio me parece muito interessante.

 

ON: E os números são impressionantes. Por exemplo, 114 bilhões de execuções geraram US$ 1 bilhão. Eu estava vendo no Spotify. Casa no Campo foi executada ou foi baixada, ouvida, 95 milhões de vezes só Casa no Campo. Os números são impressionantes...

JMB: É quando você me fala que Casa no Campo foi ouvida 95 milhões de vezes, a coisa mais importante que me vem à mente é o fato de você ter a Elis Regina sendo ouvida 95 milhões de vezes, né? A remuneração disso é importante, é claro, mas, de novo, é uma tecnologia nova, é uma forma nova de ouvir. Eu acredito, que num curto espaço de tempo, agora com a jurisprudência, a gente vai chegar num denominador comum. E é importante também dizer assim: existe o pagamento pra intérprete, tem o pagamento para os compositores também, né? Então acho que essa divisão o 50 por 50 me parece, precisa ver se pára de pé essa conta, né? Porque a gente tá falando da divisão dos lucros, mas tem tanto do lado do artista quanto das plataformas os investimentos todos que são feitos, né?
Mas o importante dizer é que não havia uma plataforma de música e um artista foi bater na porta. Havia música e em torno da música foi criado, um não, foram criados vários negócios, né? Inverter essa seta costuma não dar certo. Acho que tem que ter esse pensamento de que a música é o centro das coisas.