ONU apoia RD Congo após erupção de vulcão que matou pelo menos 13 pessoas
Monte Nyiragongo começou a soltar lavas no sábado levando dezenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas; Unicef informa que mais de 170 crianças podem ter desaparecido no momento do acidente natural no país africano.
As Nações Unidas informaram que pelo menos 13 pessoas morreram e cerca de 5 mil perderam suas casas com a erupção do vulcão Monte Nyiragongo, perto de Goma, na República Democrática do Congo.
O secretário-geral, António Guterres, expressou suas profundas condolências às famílias das vítimas, bem como ao governo e ao povo do país, numa nota lida pelo seu porta-voz.
Milhares de pessoas fogem de suas casas com a erupção do vulcão Monte #Nyiragongo, na cidade de #Goma. Na República Democrática do #Congo; cerca de 2 milhões de pessoas vivem no local. #volcanoerupts #NyiragongoErupts @MONUSCO https://t.co/RGYL6Qhgan
ONUNews
Preocupação
Stephane Dujarric afirmou que a ONU está preocupada porque o desastre acontece em um momento de aumento das necessidades humanitárias na região, que sofr com a insegurança e a atual crise econômica.
A última erupção do Nyiragongo, um dos vulcões mais ativos e perigosos do mundo, aconteceu em 2002 deixando mais de 100 mil desabrigados.
Após o acidente, a maioria dos moradores fugiu para a localidade de Sake, na província congolesa de Kivu do Norte, ou para Ruanda, o país vizinho.
Com a liberação das lavas e a fumaça, a principal linha de abastecimento de alimentos para Goma, permanece bloqueada. Houve danos às linhas de energia e abastecimento de água, interrompendo os serviços para cerca de meio milhão de pessoas.
A missão de paz da ONU, Monusco, também está em alerta máximo.
Durante a erupção, vários voos de helicóptero foram organizados, inclusive com especialistas em vulcões, para avaliar a trajetória da lava. A Missão compartilhou informações com as autoridades locais para orientar a resposta.
As correntes de lava pararam junto de Munigi, cerca de 5 km a nordeste de Goma, perto do aeroporto. O aeroporto foi fechado, agravando a movimentação de equipes humanitárias, funcionários do governo, suprimentos e evacuações.
Cooperação
As Nações Unidas estão atuando com autoridades locais.
A ONU também está apoiando o fornecimento de água, abrigo, saúde e a encontrar parentes dos desalojados. A Missão está pronta para limpar as estradas principais que levam a Goma assim que for possível.
A erupção ocorre em um momento de grandes necessidades humanitárias na província de Kivu do Norte.
Cerca de 44% dos 5 milhões dos deslocados internamente no país vivem nesta província. Além disso, 3,2 milhões de pessoas, cerca de 33% da população, já sofrem de insegurança alimentar grave
Crianças
No fim de semana, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, informou que mais de 150 crianças foram separadas de suas famílias. A agência teme que mais de 170 crianças estejam desaparecidas.
Mais de 5 mil pessoas cruzaram a fronteira com Ruanda no sábado e pelo menos 25 mil foram deslocadas em Sake, 25 km a noroeste de Goma. No entanto, a maioria das pessoas está voltando lentamente para casa, já que a lava parou de fluir.
Também há preocupação com o retorno de centenas de pessoas a Goma para encontrar casas danificadas e falta de água e eletricidade.
Dezenas de crianças na área próxima ao aeroporto ficaram desabrigadas e desamparadas. Pelo menos cinco mortes foram diretamente relacionadas à erupção em Buhene, Kibatshi e Kibumba.
Resposta
Uma equipe do Unicef está nas áreas afetadas de Sake, Buhene, Kibati e Kibumba para fornecer uma resposta de primeira linha, incluindo instalação de pontos de água de cloração para limitar a propagação do cólera.
A agência também está instalando dois centros para crianças desacompanhadas e separadas, em colaboração com as autoridades locais, e trabalhando com parceiros para encaminhar casos de violência de gênero e abusos.