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Assembleia Geral faz encontro de alto nível sobre violência entre Gaza e Israel  BR

ONU acolheu Debate Temático de Alto Nível sobre o Oceano e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 sobre a Vida Debaixo da Água
ONU/Manuel Elias
ONU acolheu Debate Temático de Alto Nível sobre o Oceano e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 sobre a Vida Debaixo da Água

Assembleia Geral faz encontro de alto nível sobre violência entre Gaza e Israel 

Paz e segurança

Novos confrontos entre forças israelenses, movimento Hamas e grupos armados da Faixa de Gaza começaram em 10 de maio; ONU pediu cessar-fogo imediato; Conselho de Direitos Humanos anunciou que fará reunião sobre o tema.  

A Assembleia Geral das Nações Unidas realiza, esta quinta-feira, uma reunião para debater a situação no Oriente Médio e a Questão Palestina. 

Pelo menos 11 dos 95 participantes são primeiros-ministros e ministros de Estado. É pela primeira vez, desde o início da pandemia, que um evento presencial de alto nível ocorre no hall da Assembleia Geral, em Nova Iorque. 

Direitos Humanos  

O encontro ocorre no décimo dia da nova onda de violência entre forças israelenses, o movimento Hamas e grupos armados da Faixa de Gaza. Uma outra reunião sobre o tema deve ser realizada em 27 de maio no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra. 

Volkan Bozkir foi presidente da Assembleia Geral desde setembro do ano passado
ONU/Rick Bajornas
Volkan Bozkir foi presidente da Assembleia Geral desde setembro do ano passado

 

Na Assembleia Geral, o secretário-geral António Guterres disse que bombardeios aéreos e de artilharia pelas Forças de Defesa de Israel já mataram 208 palestinos, incluindo 60 crianças e feriram milhares em Gaza. Ele destacou que “se existe um inferno na terra, são as vidas das crianças palestinas”. 

O chefe da ONU também considerou inaceitável o lançamento de foguetes pelo Hamas e outros grupos de milícias contra os moradores de Israel. Pelo menos 12 pessoas morreram, incluindo dois menores, e centenas ficaram feridas. 

Guterres sugere um “processo de paz revitalizado como o único caminho para uma solução justa e duradoura.” 

Esforços diplomáticos 

O secretário-geral disse que esforços diplomáticos intensos envolvem altos funcionários da ONU, incluindo o coordenador especial para o Processo de Paz no Oriente Médio. Também o Egito, a Jordânia, o Catar e outros parceiros-chave internacionais são abordados para incentivar as partes a parar com a violência. 

A ONU pediu uma pausa humanitária nos confrontos
Ocha/Samar Elouf
A ONU pediu uma pausa humanitária nos confrontos

António Guterres falou ainda do envolvimento direto com as partes em conflito, incluindo o Hamas, nos esforços para garantir o fim dos confrontos. 

Além de pedir à comunidade internacional que faça tudo ao seu alcance para permitir o recuo das partes em conflito, ele apelou aos envolvidos que permitam que os esforços de mediação se intensifiquem pelo fim dos confrontos. 

Já o presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, disse que é preciso que a comunidade internacional mostre aos palestinianos e israelenses que há uma luz no fundo do túnel e nem tudo está perdido, apesar da situação sombria atual. 

Estatuto 

Ele declarou que apesar de muitas situações o sistema multilateral enfrenta, o histórico institucional da ONU prescreve o caminho a seguir nesta questão: um retorno rápido às negociações incluindo de Jerusalém e dos dois Estados independentes, soberanos e viáveis vivendo lado a lado em paz, segurança e reconhecimento mútuo com fronteiras reconhecidas com base nos limites anteriores a 1967, tendo Jerusalém como a capital de ambos. 

Secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Assembleia Geral
Foto: ONU/Evan Schneider
Secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Assembleia Geral

O Escritório de Assistência Humanitária disse que subiu para 75 mil o número de deslocados palestinos.  

Pelo menos 47 mil buscam proteção em 58 escolas da Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, e outros foram acolhidos por famílias anfitriãs. 

Ajuda   

Em nota separada, o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, pediu às partes envolvidas na violência para concordarem “com uma pausa humanitária para permitir a distribuição de ajuda de emergência”. 

O também coordenador de Assistência de Emergência realçou a necessidade de civis comprarem água, procurarem atendimento médico e atenderem outras necessidades de emergência.  

Antes, o Escritório pediu que as autoridades israelenses abrissem mais canais de acesso de auxílio. 

Na terça-feira, foi encerrada a travessia Kerem Shalom, momentos após a abertura, devido ao lançamento de morteiros por um grupo armado palestino.  

Somente cinco dos 24 caminhões humanitários programados para o dia tinham entrado em Gaza.