ONU prestou serviços essenciais a 250 milhões em ano do advento da pandemia BR

Secretário-geral revela que crise levou 131 milhões de pessoas para a pobreza extrema em 2020; governos e altos funcionários querem reforçar atuação em reunião do Conselho Econômico e Social.
As Nações Unidas estimam que 250 milhões de pessoas receberam serviços essenciais com o apoio de equipes da organização atuando no terreno somente no ano passado.
Nesta terça-feira, o secretário-geral, António Guterres, destacou que a pandemia empurrou outros 131 milhões para a pobreza extrema no período. Discursando no Conselho Econômico e Social, Ecosoc, ele apontou que o desemprego disparou e bilhões ficaram sem meios de subsistência.
No encontro que analisa o impacto das operações de desenvolvimento, Guterres apontou as mulheres e os jovens como os grupos mais frágeis. Mais uma vez, estes foram os mais afetados de forma desproporcional pela crise.
O chefe da ONU sublinhou que houve reversão de anos de progresso, que torna mais difícil e urgente manter a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
Para ele, a crise causada pela pandemia também destacou a importância da cooperação internacional, tendo realçado áreas como solidariedade no financiamento internacional ou igualdade de acesso a vacinas.
Mas em setores como resposta aos impactos socioeconômicos da crise no terreno, foi observado “o valor e enorme potencial” desta colaboração entre países para promover o desenvolvimento.
A ONU anunciou que quase metade dos beneficiários da atuação são de países menos desenvolvidos. Cerca de 42% foram de economias em desenvolvimento sem acesso ao mar e outros 2 milhões de pequenos Estados insulares.
No evento que junta funcionários e representantes dos Estados-membros, a ONU discute ainda o impacto e a resposta à Covid-19 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Para reforçar essa atuação, a reunião debate temas como a priorização da saúde protegendo serviços e sistemas durante a crise. Os participantes também abordarão a proteção social e serviços básicos para as populações, a reposta e a recuperação econômica centrada em empregos, pequenas e médias empresas e trabalhadores informais.
A resposta macroeconômica, colaboração multilateral e a coesão e resiliência das comunidades também serão analisados na reunião que termina nesta sexta-feira.
O secretário-geral e a vice-secretária-geral apresentam um informe com resultados da reforma do sistema da ONU, a resposta aos impactos socioeconômicos da pandemia e planos para apoiar a organização para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
Num ano com mais de 3 milhões de vidas perdidas, a reformulação que aconteceu em 2018 permitiu que agências das Nações Unidas usassem sua experiência e pessoal para apoiar os países mais pobres a lidar com a pandemia.
As ações estiveram orientadas na realização das metas globais, no combate à pobreza, nas economias sustentáveis, na construção da paz e no alcance da igualdade de gênero.
Os relatórios realçam que o sistema de desenvolvimento impulsionou as reformas para apoiar o desenvolvimento de forma rápida e mais coordenada, em uma dimensão anteriormente observada apenas na frente humanitária.
Mais de 90 governos que agora acolhem equipes da ONU perceberam como a parceria é mais relevante para atender as necessidades locais, quando comparado com o total de há três anos.
Nas sessões virtuais, os participantes debaterão como enfrentar os desafios do pós-pandemia e a atuação em benefício dos mais pobres e vulneráveis de acordo com necessidades em setores ambientais e climáticos mais bem financiados.