Agências aumentam resposta humanitária após escalada de conflito Israel-Gaza BR

Programa Mundial de Alimentos, PMA, iniciou assistência de emergência para mais de 51 mil pessoas no norte de Gaza; 38 mil deslocados buscam abrigos em escolas da Agência para Refugiados Palestinos, Unrwa.
Os confrontos entre forças de Israel e militantes do movimento Hamas e outros grupos armados em Gaza levaram agências humanitárias a escalar a assistência aos civis.
Nos últimos 10 dias, mais de 170 palestinos morreram em Gaza e 1.221 ficaram feridos, segundo dados das autoridades locais, por causa dos bombardeios israelenses.
Já em Israel, ocorrem pelo menos 10 óbitos. Centenas de pessoas ficaram feridas com o lançamento de milhares de foguetes de Gaza contra o país.
No domingo, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu e o chefe da organização pediu um cessar-fogo imediato.
O Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, afirma que a recente onda de violência levou a um deslocamento crescente de palestinos.
Nesse momento, mais de 38 mil pessoas buscam proteção em 48 escolas da Agência da ONU para Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, em Gaza. Mais de 2,5 mil pessoas ficaram desabrigadas após a destruição de suas casas.
Vários manifestantes saíram às ruas da Cisjordânia e Jerusalém Oriental para protestar contra a violência. Segundo o Ocha, 537 palestinos ficaram feridos em confrontos com as forças israelenses.
A coordenadora humanitária da ONU na região, Lynn Hastings, apelou às “autoridades israelenses e grupos armados palestinos para permitirem imediatamente que a ONU e seus parceiros levem combustível, alimentos e suprimentos médicos e enviem pessoal humanitário.”
Segundo ela, “todas devem sempre aderir às leis humanitárias internacionais e aos direitos humanos.”
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, começou uma assistência emergencial para mais de 51 mil pessoas no norte de Gaza.
Junto com seus parceiros, a agência também leva apoio financeiro que beneficiará tanto os que precisam de assistência, pela primeira vez, como os que já recebiam o auxílio.
Em comunicado, o representante do PMA, Samer AbdelJaber, disse que “para as pessoas que perderam ou fugiram de suas casas, uma das necessidades mais urgentes no momento é comida.”
Segundo ele, “o meio mais rápido e eficaz de fornecer suporte é em dinheiro, na forma de e-vouchers.” A agência receia que com o fechamento das passagens possa ocorrer uma escassez de mercadorias incluindo alimentos. Os preços dos produtos frescos já estão subindo porque os agricultores não conseguem chegar aos campos.
Em Gaza, a pobreza e o desemprego já eram elevados antes da crise de segurança e da pandemia. Mais da metade da população de Gaza vive na pobreza, cerca de 53%, e o desemprego é de 45%.
Para continuar a fornecer assistência alimentar a mais de 435 mil pessoas em Gaza e na Cisjordânia, nos próximos seis meses, o PMA precisa de US$ 31,8 milhões.
A agência requer, urgentemente, US$ 14 milhões nos próximos três meses, para alcançar 160 mil pessoas em Gaza e 60 mil na Cisjordânia.
Em comunicado, a diretora-regional do PMA para o Oriente Médio e Norte da África, Corinne Fleischer, contou que “as pessoas em Gaza já vivem no limite e muitas famílias lutam para colocar comida na mesa.”