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ONU e OEA pedem investigação sobre repressão a protestos na Colômbia BR

Manifestantes nas ruas de Bogotá, na Colômbia
Jeimmy Celemín
Manifestantes nas ruas de Bogotá, na Colômbia

ONU e OEA pedem investigação sobre repressão a protestos na Colômbia

Direitos humanos

Relatores de direitos humanos* condenaram a violência que resultou em mortes; há denúncias de violência sexual, casos de tortura, desaparecimentos forçados e prisões arbitrárias; manifestações começaram contra reformas fiscais.

Um grupo de relatores independentes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos, OEA, condenou a violência e repressão a manifestantes de rua na Colômbia.

Em comunicado conjunto, os especialistas pediram ao governo que conduza uma investigação completa e independente sobre as mortes e casos de violência sexual e outros crimes incluindo tortura e desaparecimentos forçados.

Grupo de relatores independentes das Nações Unidas e da OEA condenou a violência e repressão a manifestantes de rua na Colômbia
Unhcr/Ruben Salgado Escudero
Grupo de relatores independentes das Nações Unidas e da OEA condenou a violência e repressão a manifestantes de rua na Colômbia

Trabalhadores

Os especialistas afirmaram que estão “profundamente consternados com o uso excessivo e ilegal da força por parte da polícia e dos integrantes do Esquadrão Móvel contra Distúrbios, Esmad.” Dentre as pessoas alvejadas estão jornalistas colombianos.

Os relatos recebidos dão conta de pelo menos 26 mortes, na maioria jovens, e 1.876 casos de violência policial. Foram notificados também 216 ferimentos incluindo de policiais e 168 desaparecimentos.

A polícia prendeu mais de 960 pessoas. Dezenas de defensores de direitos humanos foram agredidos e houve pelo menos 12 casos de violência sexual.

As manifestações começaram no fim de abril, quando trabalhadores saíram às ruas para protestar contra medidas do governo incluindo um projeto de reforma fiscal, que agora foi retirado da pauta.

Cáli, cidade da Colômbia onde aconteceram episódios de violência durante protestos
Unsplash/Andres F. Uran
Cáli, cidade da Colômbia onde aconteceram episódios de violência durante protestos

Militares

O movimento foi liderado por uma aliança formada por sindicatos e grupos sociais colombianos.

Mesmo com os protestos ocorrendo de forma pacífica, militares saíram às ruas para responder, o que elevou a tensão. No comunicado, os relatores da ONU e da OEA afirmam que militares deveriam responder somente a ameaças de caráter militar e não se envolver com manifestações populares de civis.

Um outro alerta foram os violentos ataques a indígenas na cidade de Cáli e a repressão a meios de comunicação colombianos incluindo censura, cortes na internet e assédio a jornalistas.
 
*Os relatores de direitos humanos são independentes da ONU e não recebem salário por sua atuação.