Guterres participa de reunião informal para solução duradoura sobre Chipre
Encontro em Genebra conta com representantes das duas partes da ilha do mediterrâneo, dividida desde 1974, e membros do governo da Grécia, Turquia e Reino Unido; últimas conversações aconteceram em 2017 pouco depois do chefe da ONU iniciar seu mandato
O secretário-geral, António Guterres, abriu esta terça-feira, em Genebra, uma reunião informal sobre a questão de Chipre.
A iniciativa reúne os membros do grupo 5 + 1, que são os representantes das duas partes da ilha e dos governos da Grécia, Turquia e Reino Unido.
Objetivos
O secretário-geral decidiu organizar o encontro após as consultas realizadas nos últimos meses pela subsecretária-geral Jane Holl Lute.
Falando aos jornalistas em Nova Iorque, o porta-voz do secretário-geral, Stephane Dujarric, disse que “o objetivo será determinar se existe um terreno comum para as partes negociarem uma solução duradoura para a questão do Chipre dentro de um horizonte previsível.”
As delegações são chefiadas pelo líder cipriota grego, Nicos Anastasiades, o líder cipriota turco, Ersin Tatar, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, o ministro das Relações Exteriores da Grécia, Nikos Dendia, e o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab.
Agenda
A reunião terá início com encontros separados do secretário-geral com os líderes das duas comunidades.
Na manhã desta quarta-feira, António Guterres realizará uma reunião plenária com as cinco partes e depois inicia encontros bilaterais com cada uma das cinco delegações. Mais tarde, ele oferecerá um jantar informal para os chefes das delegações.
Mais reuniões são esperadas na quinta-feira.
Segundo o porta-voz, “as partes são bem-vindas para serem criativas e o secretário-geral irá incentivar a ação e o uso de uma linguagem diplomática de maneira sincera e franca.”
História
As últimas conversas sobre o futuro da ilha ocorreram na Suíça em 2017, terminando sem qualquer acordo.
As discussões giraram em torno de seis questões principais, incluindo segurança e garantias, novos limites territoriais e divisão de poder, mas as negociações pararam após uma semana.
Na altura, António Guterres “lamentou profundamente” o desfecho das negociações, mas destacou um “compromisso muito forte e empenho de todas as delegações e participantes.”