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Voos da ONU ajudam Timor-Leste a analisar tamanho do estrago causados pelas cheias  BR

Vista aérea de região perto de Dili, em Timor-Leste
Foto ONU: Martine Perret
Vista aérea de região perto de Dili, em Timor-Leste

Voos da ONU ajudam Timor-Leste a analisar tamanho do estrago causados pelas cheias 

Ajuda humanitária

Cerca de 1,6 mil hectares de arroz e 295 hectares de plantações de milho foram danificados pelas piores enchentes dos últimos 40 anos; esta semana, missão de avaliação de safras irá determinar impactos da crise na segurança alimentar do país de língua portuguesa no sudeste asiático. 

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, realizou uma série de voos de avaliação para saber a exata extensão dos danos agrícolas e de infraestruturas causados ​​pelo ciclone Seroja, que atingiu Timor-Leste no início deste mês. 

Chuvas torrenciais e as piores inundações em 40 anos foram o resultado do desastre natural. O governo declarou estado de calamidade e pediu ajuda internacional. 

Apoio 

Em comunicado, o secretário de Estado da Proteção Civil, Joaquim Martins, disse que, com o apoio logístico do PMA, o governo timorense conseguiu distribuir materiais de socorro às famílias afetadas em 48 horas. Díli, a capital do país, foi a área mais atingida. 

Funcionária da OIM fala com pessoas afetadas pelas enchentes em Timor-Leste
Foto: OIM
Funcionária da OIM fala com pessoas afetadas pelas enchentes em Timor-Leste

Segundo Martins, “estas avaliações aéreas são críticas para ajudar a compreender a verdadeira extensão dos danos, não só em Dili, mas também em outros distritos.” 

Dados preliminares indicam que 10.325 pessoas foram atingidas em oito municípios timorenses. Em Dili, 76% da população sofreu com o desastre.  

Joaquim Martins contou ainda que, com a informação será possível “determinar as nossas necessidades, definir prioridades e conceber intervenções para o futuro.” 

Danos 

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pescas, cerca de 1,6 mil hectares de arroz e 295 hectares de plantações de milho foram danificados em seis municípios. 

Os dados foram recolhidos após três voos de avaliação cobrindo Viqueque, Manatuto, Baucau, Manufahi, Ainaro, Covalima, Oecussi, Bobonaro e outros distritos, entre 16 e 21 de abril. 

O ministro da Agricultura e Pescas, Pedro Reis, informou que, depois das cheias, “muitos esquemas de irrigação foram danificados, o que é arrasador porque a maioria da população é composta por agricultores de subsistência.” 

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Avaliação 

A partir dessa semana, o PMA e a Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura, FAO, realizam uma missão de avaliação de safras e segurança alimentar para conhecer os impactos da crise na segurança alimentar. 

O diretor nacional do PMA no país, Dageng Liu, disse que os voos da agência “permitiram avaliar os danos em dias em vez de semanas.” 

A iniciativa, realizada em nome do governo, teve o apoio da Mission Aviation Fellowship, MAF.  

Liu se disse satisfeito porque “a parceria deu uma contribuição positiva para a recuperação do país das inundações arrasadoras.” 

Representantes da Secretaria de Estado da Proteção Civil, Ministério da Agricultura e Pesca, Ministério do Planejamento e Território, Ministério das Obras Públicas e da ONU têm participado das avaliações aéreas.