Novo guia quer impulsionar comércio agrícola entre países da África
Parceria entre FAO e União Africana apoia maior zona mundial de comércio livre; nações do continente participam com menos de 20% no total do comércio agrícola; agência da ONU realça potencial de crescimento regional sustentável e inclusivo.
Uma nova publicação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO, e da União Africana quer impulsionar o comércio agrícola regional em apoio ao acordo de Zona de Comércio Livre Continental.
Em vigor deste 1º de janeiro deste ano, a área de comércio livre é a maior do mundo em termos de número de países participantes, representando um mercado de 1,2 bilhão de consumidores.
Colaboração
A FAO destaca que seja incentivado o comércio agrícola entre os países africanos, tendo em conta que é importante colaborar para aumentar a segurança alimentar e nutricional na região do mundo que mais importa alimentos.
Por ano, África gasta US$ 80 bilhões em produtos agrícolas e alimentícios comprados em outras regiões do mundo. O destaque vai para cereais, carnes, laticínios, gorduras, óleos e açúcar.
Com o Quadro para Impulsionar o Comércio Intra-Africano de Produtos e Serviços Agrícolas, a ideia é reduzir ou eliminar as barreiras ao comércio para facilitar e expandir essas atividades.
Crescimento
Entre as principais limitações para essas trocas estão medidas não tarifárias, incluindo processos alfandegários complicados, diversos padrões alimentares ou conflitantes e políticas que incentivam a informalidade.
Com o novo quadro também se pretende desbloquear o potencial do setor agrícola em favor de um crescimento continental sustentável e inclusivo.
De acordo com a publicação, os países da África consomem menos de 20% do total dos produtos agrícolas vendidos na região.
Liberalização
A agência da ONU realça a aposta dos países africanos de baixar em 90% os impostos e mais de 5 mil linhas tributárias, além de liberalizarem os serviços.
Somente na fase de transição, essa liberalização tarifária permitiria gerar até US$ 16,1 bilhões e um crescimento de 33% no comércio de mercadorias, o equivalente a mais do dobro da proporção atual.