Vacinas não chegam para parar aumento de casos da Covid-19 nas Américas
Opas revela que restrições diminuíram entregas e não se espera que normalizem por mais algumas semanas; pandemia continua em alta, com mais de 1,3 milhão de pessoas infectadas e quase 36 mil pessoas mortas nos últimos sete dias.
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, pediu aos países da região para adotarem uma “estratégia abrangente” contra a Covid-19 que vá além das vacinas.
Falando a jornalistas em Washington, Carissa F. Etienne informou que as entregas dos imunizantes diminuíram na região e que “para a maioria dos países, as vacinas não vão parar esta onda de pandemia.”
Estratégias
Segundo a chefe da Opas, "simplesmente não há doses disponíveis suficientes para proteger todas as pessoas nos países em maior risco.” Por isso, ela diz que é preciso “interromper a transmissão por todos os meios possíveis com as ferramentas que existem.”
Segundo Etienne, isso exige estratégias para acelerar a distribuição de vacinas e controlar o vírus usando medidas como uso de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos.
Nas últimas semanas, restrições aos produtores de vacinas diminuíram as entregas e não se espera que os suprimentos se normalizem por mais algumas semanas.
Distribuição
Desde março, a Opas ajudou a distribuir mais de 3 milhões de doses de vacinas adquiridas pela Covax em 28 países.
A Opas tem um Fundo Rotativo que negocia, compra e organiza a logística para o envio de vacinas aos 36 países da região que participam da Covax.
Até o momento, nas Américas, mais de 247 milhões de vacinas foram administradas, inclusive por meio de acordos com países feitos individualmente com produtores de vacinas.
A Opas também está trabalhando com os Estados-membros para garantir mais doses para complementar o que os países adquiriram por meio de acordos bilaterais e por meio da Covax.
Aumento
Os números da pandemia continuam aumentando nas Américas. Na semana passada, mais de 1,3 milhão de pessoas foram infectadas e quase 36 mil pessoas morreram da doença.
Desde o início da Covid-19, 57 milhões de casos foram registrados na região, com mais de 1,3 milhão de mortes.
Carissa Etienne afirmou, no entanto, que as Américas “não estão agindo como uma região em meio a um surto que se agrava.”
Segundo ela, “apesar da transmissão contínua em muitos lugares, as restrições diminuíram, as multidões estão de volta e as pessoas estão se reunindo dentro de casa e usando o transporte público, muitas vezes sem máscara.”
Variantes
A chefe da Opas informou ainda que as novas variantes altamente transmissíveis estão alimentando a aceleração.
Descrevendo a América do Sul como o “epicentro” da crise de saúde, ela disse que novos casos estão aumentando drasticamente no Brasil, Colômbia, Venezuela, Peru e algumas áreas da Bolívia. Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile também tiveram aumentos contínuos de infecções.
Segurança
Etienne reiterou a segurança das quatro vacinas autorizadas pela OMS, a Pfizer/BioNTech, duas versões da Oxford-AstraZeneca e a Janssen, dizendo que todas provaram ser seguros e eficazes.
Segundo ela, “relatos raros de coágulos sanguíneos estão sendo analisados por agências regulatórias, que devem fazer recomendações em breve.”
Entretanto, a chefe da Opas afirmou que “é importante continuar a administrar vacinas AstraZeneca onde estiverem disponíveis.”
A representante lembrou que quase 200 milhões de pessoas em todo o mundo receberam a vacina da AstraZeneca e os relatos de efeitos adversos são muito raros. Ela terminar dizendo que “essas vacinas podem salvar sua vida e a vida de seus amigos e familiares.”