Perspectiva Global Reportagens Humanas

Fundo para Educação pede US$ 116 milhões para crianças e jovens afetados por crise na Venezuela BR

Uma família que fugiu da violência na Venezuela e se mudou para Cúcuta, na Colômbia.
Foto: Unicef/ Arcos
Uma família que fugiu da violência na Venezuela e se mudou para Cúcuta, na Colômbia.

Fundo para Educação pede US$ 116 milhões para crianças e jovens afetados por crise na Venezuela

Cultura e educação

 Em comunicado, entidade destinou US$ 1,5 milhão adicionais para acelerar o impacto da resposta de emergência de US $ 27,2 milhões para crianças e jovens migrantes e refugiadas abrigadas em comunidades de países vizinhos.

Um apelo de US$ 116 milhões para apoiar a educação de crianças e jovens da Venezuela foi feito pelo fundo global A Educação Não Pode Esperar, ECW – na sigla em inglês.
 
Em comunicado, emitido na semana passada, o fundo anunciou uma doação extra de US$ 1,5 milhão para avançar com uma resposta de emergência e enfrentar o impacto sentido por crianças venezuelanas acolhidas em comunidades da Colômbia, do Equador e do Peru.

América Latina e Caribe é a região mais atingida pela Covid-19
Acnur/Felipe Irnaldo
América Latina e Caribe é a região mais atingida pela Covid-19


Obrigação moral 


A quantia será destinada a um fundo de US$ 27,2 milhões, formado em dezembro, para financiar programas nesses três países garantindo acesso inclusivo e educação de qualidade a mais de 350 mil crianças e jovens vulneráveis.  
 
Desde 2015, a crise política na Venezuela tem se intensificado levando ao deslocamento de milhões de pessoas para outras nações da região.
 
O enviado especial da ONU para Educação Global e presidente da comissão diretora do fundo ECW, o ex-primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, elogiou a decisão da Colômbia de oferecer proteção para os venezuelanos no país.
 
Para ele, o financiamento da educação de crianças refugiadas é uma obrigação moral de todos os líderes do século 21.

Refugiados venezuelanos caminham 11 horas por dia para chegar até ao Equador e ao Peru.
Foto PMA/Jonathan Dumont
Refugiados venezuelanos caminham 11 horas por dia para chegar até ao Equador e ao Peru.


Violência e insegurança


Já a diretora do Fundo, Yasmine Sherif, pediu aos doadores e ao setor privado que apoiem o projeto para mobilizar mais US$ 116 milhões para as respostas de emergência a crianças e jovens venezuelanos afetados pela crise regional.
 
Ela lembrou que mais de 5,4 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos fugiram de suas casas com medo da violência e da insegurança.  
 
Meninas e meninos correm risco de crimes sexuais, exploração e tráfico de seres humanos, além de fome e discriminação. O acesso restrito à escola é uma constante na vida dessas crianças.


América do Sul


A Venezuela é descrita como a maior crise humanitária do Hemisfério Ocidental e também o maior deslocamento forçado de pessoas da história da América do Sul.  
 
Em todo o mundo, somente o êxodo dos sírios por causa da guerra, que começou em 2011, é maior que a crise venezuelana.
 
Desde 2015, o número de pessoas que fugiram da Venezuela para a Colômbia é de 2,4 milhões. Para o Equador, de 1,5 milhão e para o Peru de 830 mil pessoas.
 
A crise de Covid-19 só piorou a situação dos deslocados. Nesses três países, 28 milhões de alunos foram afetados com o fechamento das escolas.