Perspectiva Global Reportagens Humanas

OMS alerta para “crescimento perigoso” da Covid no Brasil e pede a todos medidas de prevenção  BR

Chefe da Opas pediu uso de máscaras e lavagem de mãos, como estas crianças da Venezuela em um centro de acolhimento em Boa Vista
Acnur/Lucas Novaes
Chefe da Opas pediu uso de máscaras e lavagem de mãos, como estas crianças da Venezuela em um centro de acolhimento em Boa Vista

OMS alerta para “crescimento perigoso” da Covid no Brasil e pede a todos medidas de prevenção 

Saúde

Chefe da Organização Pan-Americana da Saúde, o braço da OMS nas Américas, pediu a todos os brasileiros que utilizem máscaras, pratiquem distanciamento social e lavagem de mãos para vencer o vírus; campanha de vacinação já começou em 33 dos 35 países da região; Opas enviou mais de 1 milhão de doses ao Brasil no domingo. 

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, alertou esta terça-feira para a “terrível situação no Brasil” devido à pandemia de Covid-19. 

Falando a jornalistas em Washington, a diretora-geral da agência, Carissa Etienne, afirmou que “o vírus continua crescendo perigosamente” em todo o país, com casos e mortes aumentando e a ocupação de leitos de UTI, que já faltam em muitos estados.  

Prevenção  

Para a chefe da Opas, “é fundamental que todos os brasileiros adotem as medidas preventivas que estão sendo colocadas em prática para desacelerar a transmissão do vírus.” 

O alerta foi feito pela diretora-geral da Opas, Carissa Etienne
OMS/C. Black
O alerta foi feito pela diretora-geral da Opas, Carissa Etienne

Etienne contou que a situação já afeta os países vizinhos. Os casos sobem na  Venezuela perto da fronteira com o Brasil.  

Na semana passada, mais de 1,2 milhão de pessoas foram diagnosticadas com Covid-19 nas Américas e mais de 31,2 mil morreram da doença. Houve mais notificações nesses sete dias do que na semana anterior.   

Os casos começaram a estagnar em países como Estados Unidos, Canadá e México e Panamá, mas aumentaram em na Guatemala, no Chile, no Paraguai e no Uruguai.  

No Caribe, a maioria dos casos ocorreu na Jamaica, onde aumentaram continuamente por várias semanas.  Outras altas ocorrem em Cuba, Aruba, Curaçao e Antigua e Barbuda. 

Para Carissa Etienne, esta situação “é uma emergência ativa de saúde pública.” 

Vacinação 

Até esta terça-feira, as campanhas de imunização tinham começado em 33 dos 35 Estados da região. Até o momento, foram aplicadas mais de 155 milhões de doses. 

A agência atua com Haiti e Cuba, que ainda não começaram a vacinar, para avançar nesse processo.  

Até o momento, a Covax entregou 2.161.800 doses para a região, incluindo mais de 1 milhão ao Brasil no último domingo. Essa semana, mais de 100 mil doses devem chegar a El Salvador, Belize e Suriname  

Covax quer alcançar 30% da população de cada país participante ainda este ano
Unicef/Ragul Krishnan
Covax quer alcançar 30% da população de cada país participante ainda este ano

Mas a chefe da Opas diz que essas quantidades ainda não são suficientes. Para Etienne, “o mundo inteiro depende de poucos fabricantes” e a comunidade internacional deve “encontrar maneiras de compartilhar vacinas de forma mais equitativa entre os países.” 

Segurança 

Ela contou ainda que “a aceitação da vacina tem sido alta”, dizendo que isso “é uma notícia muito boa.” 

E, quando a oferta aumentar, “não haverá outra região no mundo melhor preparada para entregar vacinas com rapidez e segurança” do que as Américas. 

Carissa Etienne afirma que estes países “têm uma longa tradição de inovação em vacinas e sistemas de imunização bem estabelecidos”, capacidades desenvolvidas ao longo de décadas de luta contra doenças como poliomielite, sarampo, gripe e febre amarela.  

Para a diretora-geral, a região manteve as taxas de vacinação relativamente estáveis durante a pandemia. Houve uma queda durante a primeira onda do vírus, mas a cobertura se recuperou no final do ano.  

Segundo ela, “esta é uma conquista notável.”