ONU condena ataque no Níger que matou 58 pessoas
Entre as vítimas estão seis crianças de 11 a 17 anos; Unicef afirma que aumento da violência armada no Sahel Central está tendo impacto arrasador na sobrevivência, educação, proteção e desenvolvimento das crianças.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, condenou, nos termos mais veementes, os horríveis assassinatos de civis praticados por grupos armados não identificados no oeste do Níger.
Segundo a agência, o atentado ocorreu em duas aldeias da região de Tillabery. Pelo menos 58 pessoas morreram incluindo seis crianças de 11 a 17 anos
Ataque
Em comunicado, a diretora-regional do Unicef, Marie-Pierre Poirier, disse que a agência está profundamente triste e indignada com o ataque.
No início de janeiro, na mesma região, grupos armados realizaram ataques simultâneos nas aldeias de Tchamo-Bangou e Zaroumdareye, matando pelo menos 100 pessoas, incluindo 17 crianças.
Para Poirier, “o aumento da violência armada na região do Sahel Central está tendo um impacto arrasador na sobrevivência, educação, proteção e desenvolvimento das crianças.”
A crescente insegurança ao longo das fronteiras com Burkina Fasso e Mali aumentou as necessidades na região de Tillabery, onde mais de 95 mil pessoas já estão deslocadas.
Serviços sociais
A diretora-regional afirmou que “nos últimos meses, o acesso de atores humanitários às populações afetadas por conflitos foi prejudicado.” Segundo ela, “chegar aos necessitados é cada vez mais desafiador.”
Poirie contou que “a violência está prejudicando os meios de subsistência e o acesso aos serviços sociais, incluindo educação e saúde.”
Além disso, a insegurança está piorando vulnerabilidades já existentes. Segundo a diretora, “mulheres e crianças estão arcando com o impacto da violência.”
Crise
O Níger continua a enfrentar várias crises humanitárias prolongadas que foram agravadas pelos impactos da pandemia de Covid-19.
De acordo com dados da ONU, cerca de 3,8 milhões de pessoas, incluindo 2 milhões de crianças, precisam de assistência humanitária em todo o país.
O Unicef continua trabalhando com o Governo e seus parceiros nas comunidades afetadas para prestar às crianças e famílias proteção essencial, serviços de saúde e educação.
Apesar desses esforços, Marie-Pierre Poirier diz que “mais apoio e envolvimento adicionais da comunidade internacional são urgentemente necessários para parar a violência e ajudar a alcançar aqueles que têm maiores necessidades.”