
Congresso da ONU reforça papel de parcerias para combater o crime no mundo
Em Quioto, Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, destacou aumento do crime cibernético durante Covid-19 e desigualdades expostas pela pandemia; países analisaram impacto da crise global de saúde em prisões, crianças recrutadas por terrorismo e extremismo e aposta na valorização de jovens.
O 14º Congresso da ONU sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal encerrou esta sexta-feira em Quioto, com um apelo para reforço de parcerias internacionais para combater o crime global e se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e mais justiça no mundo.
O evento, em formato híbrido, com participação no local e pela internet, reuniu 5 mil participantes.
Reforço
A diretora-executiva do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, disse que a reunião marca a “rejeição de divisões e desigualdades que a Covid-19 expôs e inflamou”. Para Ghada Waly, o reforço da prevenção do crime e da justiça penal devem atender necessidades urgentes.

A também secretária-geral do Congresso citou discussões sobre os desafios atuais destacando que se deve fazer avançar o Estado de direito “sem deixar ninguém para trás”.
Na pandemia, essas questões se tornaram mais relevantes com o desgaste de tecido social e com a Covid-19 afetando de forma desproporcional os mais vulneráveis, disse o presidente do evento e ministro da Justiça do Japão, Yoko Kamikaw.
Dezenas de eventos especiais e reuniões paralelas abordaram temas como corrupção, combate a crimes contra a vida selvagem e dimensões de gênero do contraterrorismo. O congresso também analisou o aumento de crimes cibernéticos durante a pandemia.
Terrorismo
Outras questões foram o impacto da Covid-19 em prisões, crianças associadas a grupos terroristas e extremistas violentos e jovens como agentes de mudança para promover o Estado de direito.
Yoko Kamikaw realçou que o mundo precisa de solidariedade, num momento ideal para fortalecer as parcerias com as várias partes interessadas para promover a construção de sociedades justas, pacíficas e inclusivas no pós-Covid-19.

Os cerca de 152 países participantes firmaram a Declaração de Quioto, um roteiro para a cooperação em favor da prevenção do crime e justiça criminal durante os próximos cinco anos.
Roteiro
O documento realça os progressos na forma como se entende o crime organizado como fator bloqueador e desregulador do desenvolvimento sustentável.
Em nível multilateral, o roteiro realça o papel do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime colaborando na resposta a estas práticas.
O Congresso realizado sob o tema Fazer avançar a Agenda 2030 da ONU por meio da prevenção ao crime e da justiça criminal também apontou diferentes ameaças atuais e reafirmou o impacto da aplicação da lei e da justiça criminal.
