Unfpa leva US$ 12 milhões para saúde e segurança de mulheres e meninas em Cabo Delgado BR

O apelo humanitário da agência das Nações Unidas, Unfpa, visa apoiar o governo para aumentar e fortalecer serviços de saúde sexual e reprodutiva e de proteção para 330 mil mulheres, meninas e jovens afetados pela crise humanitária em Cabo Delgado.
O deslocamento interno de pessoas por violência ou desastre ambiental, incluindo o Ciclone Kenneth de 2019, deixou mais de 1,3 milhão de moçambicanos precisando de assistência humanitária no norte de Moçambique. Ali, o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva é restrito.
Para Andrea Wojnar, representante da agência no país, é urgente agir para evitar consequências arrasadoras nos próximos anos. O apelo do Unfpa visa aumentar o apoio financeiro para salvar vidas das mulheres, meninas e jovens através da assistência humanitária.
Wojnar lembrou que até agora, a agência mobilizou 25% do financiamento. Em falta estão US$ 9 milhões. O custo da falta de ação para as deslocadas é grave.
Dados do Unfpa indicam que mais de 3,2 mil mulheres deslocadas em idade reprodutiva vão precisar de cuidados essenciais em resposta à violência sexual.
Na província de Cabo Delgado, o governo moçambicano já apoiou o treinamento de 317 provedores de serviços e operadores de linha direta para fornecer cuidados e suporte para os afetados pela violência de gênero no contexto do Covid-19.
Segundo a chefe do Unfpa em Moçambique, em áreas de difícil acesso, foram disponibilizados serviços móveis de saúde para 20 mil mulheres e meninas.
Das mais de 669 mil pessoas deslocadas pelo conflito em Cabo Delgado, 160 mil são mulheres em idade reprodutiva; 40 mil são adolescentes entre 10 aos 14 anos;
Cerca de 19 mil estão grávidas e mais de 2 mil vão precisar de serviços médicos para garantir o parto seguro.
O Unfpa trabalha com as autoridades locais e parceiros para aumentar a disponibilidade e o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva que salvam vidas.
A agência também instalou na província 12 tendas de saúde para permitir o acesso seguro aos serviços de saúde sexual e reprodutiva e proteger mais de 70 mil mulheres e meninas, aderindo às medidas de segurança da Covid-19.
Elas receberam um total de 3,5m mil “kits” de dignidade para apoiar a higiene menstrual e mitigar os riscos de violência baseado no gênero.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota