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Cerca de 190 pessoas perderam a vida enquanto tentavam atravessar o Mediterrâneo Central

Naufrágio mata 39 pessoas em ilha perto da Tunísia  BR

Acnur/Hereward Holland
Cerca de 190 pessoas perderam a vida enquanto tentavam atravessar o Mediterrâneo Central

Naufrágio mata 39 pessoas em ilha perto da Tunísia 

Migrantes e refugiados

Condições adversas de tempo nesta terça-feira atrasaram operações; pelo menos  134 sobreviventes que seguiam para a Europa foram resgatados; cerca de 190 vidas já foram perdidas este ano na tentativa de atravessar o Mediterrâneo Central. 

Pelo menos 39 pessoas morreram afogadas num naufrágio na ilha de Kerkennah, na Tunísia. Esta quarta-feira, um comunicado de agências da ONU revela ter havido 134 sobreviventes, a maioria da Cote d’Ivoire conhecida como Costa do Marfim. 

Após o barco virar, as vítimas foram resgatadas pela guarda costeira tunisiana. Mas as operações tiveram limitações devido às condições climáticas adversas da terça-feira.  

Incidente  

A Organização Internacional para as Migrações, OIM, e a Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, expressaram profunda tristeza com a perda de vidas no Mediterrâneo Central. 

Todos os anos, milhars de pessoas chegam à Itália a partir do norte da África
© Acnur/Anna Camilleri
Todos os anos, milhars de pessoas chegam à Itália a partir do norte da África

 

No mesmo dia, foi resgatada uma embarcação com 70 pessoas a bordo, incluindo quatro crianças em outro incidente ocorrido na costa da cidade tunisiana de Jebeniana.    

Em 2021, cerca de 190 pessoas perderam a vida enquanto tentavam atravessar o Mediterrâneo Central, o equivalente a três mortes por dia. Pelo menos 5,7 mil chegaram à Itália a partir do norte da África. 

O chefe do Escritório da OIM na Tunísia alertou que o Mediterrâneo Central “continua ceifando vidas de milhares de pessoas nas viagens perigosas durante a fuga da pobreza extrema, do conflito ou em busca de uma vida melhor”. 

Assistência  

Azzouz Samri elogiou os esforços de busca e resgate realizados pelas autoridades tunisianas e reiterou que a agência continuará a apoiar a prestação de assistência humanitária urgente aos resgatados no mar. 

O representante repetiu o pedido de “ações de busca e salvamento feitos de uma forma proativa” na travessia marítima mais perigosa do mundo. Outro apelo é que seja definido um local de desembarque claro e seguro para os resgatados no mar. 

As agências da ONU alertam para a prioridade de se “levar ao tribunal os grupos de contrabandistas e traficantes que se aproveitam das vulnerabilidades das pessoas e as colocam em viagens arriscadas”. 

Resgate  

Atuando com parceiros, a OIM e o Acnur prestam ajuda emergencial e de saúde aos sobreviventes. Em 2021, as autoridades tunisianas realizaram 21 operações de resgate marítimo de barcos que algumas vezes partiram da costa da Líbia. 

Para a representante do Acnur na Tunísia, Hanan Hamdan, a abordagem do país mostra que não é apenas necessário, mas possível garantir a segurança dos resgatados, ao mesmo tempo em que se assegura a saúde e a segurança de comunidades anfitriãs. 

Travessia do Mar Mediterrâneo é a via marítima mais perigosa do mundo
Acnur/F. Malavolta
Travessia do Mar Mediterrâneo é a via marítima mais perigosa do mundo