Em Moçambique, vacinas da Covax acendem expectativas de fim da pandemia BR

País recebeu carregamento com 384 mil unidades do mecanismo global; registros de coronavírus ultrapassam 62 mil infectados e 693 mortes; Unicef entregou parte do lote das 2,4 milhões de doses a ser concluídas até o final de maio.
Moçambique recebeu o primeiro lote com cerca de 384 mil doses de vacinas da AstraZeneca, como parte da iniciativa Covax.
Na segunda-feira, o Fundo da ONU para Infância, Unicef, fez a entrega do carregamento às autoridades do país em nome do mecanismo global. Até maio, cerca de 2,4 milhões de unidades deverão chegar ao território moçambicano.
A ONU News ouviu cidadãos de diferentes áreas do país que expressaram expectativas em relação ao imunizante. Na vila do Songo, província central de Tete, o ambientalista Binte Insa contou que a vacina pode ajudar a salvar as populações.
“Já começo a desenhar Moçambique fora da terceira vaga da Covid. Penso que todas as famílias moçambicanas sofreram um embate muito grande. Começamos a ter rostos muito conhecidos, amigos vizinhos, colegas de trabalho, irmãos e muitos dos casos chagaram até a morte. Portanto, esta vacina pode ser uma salvação para o povo moçambicano.”
Na campanha de imunização, Moçambique deverá dar prioridade a profissionais de saúde, idosos e pessoas com problemas de saúde preexistentes pela vulnerabilidade destes grupos em contrair a Covid-19.
O escritor e docente universitário Lucílio Manjate disse que as populações não devem baixar a guarda com a chegada das vacinas. A iniciativa global pretende garantir uma distribuição equitativa aos países de rendas baixa e média.
“Eu julgo que é um sinal de esperança de sairmos vitoriosos deste combate a esta pandemia, se nós pensarmos que os esforços que o governo está a empreender para adquirir vacinas. Mas devem ser combinados com o redobrar das medidas de prevenção de cada cidadão moçambicano.”
Mais de 62,7 mil casos da Covid-19 já foram confirmados no país. A chegada do imunizante coincide com a reabertura de aulas presenciais, interrompidas há cerca um ano como parte dos esforços de combate à pandemia.
A medida abrange instituições de ensino primário, secundário, técnico-profissional e superior que tiveram a aprendizagem presencial interrompida no âmbito da Situação de Calamidade Pública ainda em vigor.
Para a representante do Unicef em Moçambique, Maria-Luisa Fornara, a chegada da vacina “semeia esperança para todos”. Ela disse acreditar que em breve o sofrimento poderá acabar.
Além de vacinas, a iniciativa Covax mobiliza recursos para permitir um acesso equitativo a diagnósticos e tratamentos. Entre os mais de 30 doadores estão Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Japão, Canadá e Alemanha.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota.