Guterres diz que novo relatório da ONU é “alerta vermelho” para o planeta BR

Pesquisa da Conferência sobre Mudança Climática, Unfccc, mostra que, sem um aumento das ambições para resolver a emergência do clima, mundo não irá atingir metas do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global em 2° C até o final do século; para o secretário-geral, 2021 é o ano “do tudo ou nada” para enfrentar o problema.
Nações de todo o mundo devem redobrar seus esforços e apresentar planos de ação climática mais fortes para cumprir o Acordo de Paris. A meta é limitar o aumento da temperatura global em 2° C até o final deste século.
Esta é a conclusão do relatório Síntese Preliminar das Contribuições Nacionalmente Determinadas, NDC na sigla em inglês. O documento foi publicado nesta sexta-feira.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “2021 é o ano do tudo ou nada para enfrentar a emergência climática.” Segundo ele, “a ciência é clara” e o novo relatório deve servir como “um alerta vermelho para o planeta.”
O estudo foi solicitado pelas partes do Acordo de Paris para medir o progresso dos planos nacionais de ação climática, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês), antes da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP-26, marcada para novembro, em Glasgow, na Escócia.
Embora a maioria das nações tenha aumentado seus objetivos, o impacto conjunto apenas só deve reduzir em 1% até 2030, em comparação aos níveis de 2010.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, para atingir a meta de temperatura de 1.5 ° C, as emissões teriam que cair em cerca de 45%.
António Guterres disse que “os maiores emissores devem avançar com reduções muito mais ambiciosas para 2030”. Segundo ele, a hora é agora.
O secretário-geral informou que a coligação mundial comprometida com emissões zero até 2050 está a crescer, com apoio de governos, empresas, investidores, cidades, regiões e sociedade civil.
Para Guterres, “o plano de recuperação da Covid-19 oferece a oportunidade para uma recuperação mais verde e mais limpa.”
E os compromissos de longo prazo devem ser combinados com ações imediatas para “lançar a década de transformação que as pessoas e o planeta precisam tão desesperadamente.”
Lembre a mensagem da jovem brasileira Paloma Costa Oliveira, que faz parte do Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudança Climática.
A pesquisa mostra que 75 países entregaram novas contribuições, representando cerca de 30% das emissões globais de gases de efeito estufa, até o fim das inscrições em dezembro passado.
Em comunicado, a secretária-executiva da Conferência da ONU para Mudanças Climáticas, Unfccc, Patricia Espinosa, disse que o relatório mostra que “os níveis atuais de ambição climática estão muito longe do caminho para cumprir as metas do Acordo de Paris.”
Mas ela destaca uma mudança política recente sobre uma ação climática mais forte, e diz que a COP-26 deve ser “o momento para se adentrar um mundo verde, limpo, saudável e próspero.”
Espinosa contou que o relatório não oferece uma imagem completa, devido aos desafios criados pela Covid-19. Mas antes da COP-26, será lançada uma segunda pesquisa. E todos os países devem submeter suas contribuições o mais rapidamente possível.
A chefe da Unfccc, afirmou que este ano traz uma “oportunidade sem precedentes” para o progresso nessa área. Ela exortou todas as nações a criar economias mais sustentáveis e resilientes ao clima depois da pandemia.
Segundo Patricia Espinosa, “este é um momento raro que não pode ser perdido.”
Já o presidente da COP-26, Alok Sharma, do Reino Unido, acredita que o "relatório deve servir como uma chamada à ação urgente.”
Para Shama, a comunidade internacional deve “reconhecer que a janela de ação para salvaguardar o planeta está se fechando rapidamente.”