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Guterres quer investigação imediata de ataque que matou 3 em comboio da ONU na RD Congo  BR

Boina-azul da ONU em Goma, cidade que o comboio iria visitar
Foto ONU/Abel Kavanagh
Boina-azul da ONU em Goma, cidade que o comboio iria visitar

Guterres quer investigação imediata de ataque que matou 3 em comboio da ONU na RD Congo 

Paz e segurança

Dentre os assassinados a tiros numa estrada do leste do país africano está o embaixador da Itália, Luca Attanasio; grupo visitava projeto do Programa Mundial de Alimentos, PMA; chefe das operações de paz prometeu cooperação com autoridades nacionais.  

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que o governo da República Democrática do Congo “investigue rapidamente o ataque hediondo” a uma delegação das Nações Unidas que causou a morte de três pessoas esta segunda-feira. 

Durante o atentado, foram mortos o embaixador da Itália no país, Luca Attanasio, um militar da Embaixada italiana, que acompanhava o diplomata, e o motorista do Programa Mundial de Alimentos, PMA.  

Delegação  

Em nota emitida por seu porta-voz, o chefe da ONU pede que os responsáveis do atentado sejam levados à justiça. Guterres também reafirma o apoio das Nações Unidas ao governo e ao povo do país para conquistar a paz e estabilidade no leste da nação africana.  

O PMA está cooperando com as autoridades para determinar os detalhes do ataque, que ocorreu em uma estrada que havia sido liberada para viagens sem escolta
Monusco/Abel Kavanagh
O PMA está cooperando com as autoridades para determinar os detalhes do ataque, que ocorreu em uma estrada que havia sido liberada para viagens sem escolta

Falando a jornalistas em Nova Iorque, o subsecretário-geral para Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, disse que a missão da ONU na RD Congo, Monusco, irá apoiar a investigação.  

Segundo ele, “o fim do último ano e o início deste ano têm sido difíceis para as operações de paz.” No total, em menos de dois meses, sete boinas-azuis foram mortos na República Centro-Africana e cinco perderam a vida no Mali.  

Para Lacroix, isso significa que, apesar de todos os esforços feitos para aumentar a segurança, “ainda existe muito a ser feito.” 

O chefe das operações de paz afirma que “esses incidentes mostram como as missões continuam fazendo seu trabalho, operando em situações extremamente desafiadoras.” 

Jean-Pierre Lacroix, subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz.
UNIC/Mexico
Jean-Pierre Lacroix, subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz.

Lacroix citou a pandemia de Covid-19, que ameaçou paralisar o trabalho de missões em todo o mundo, o golpe no Mali e a violência após as eleições na República Centro-Africana.  

PMA 

O grupo viajava num comboio do PMA para conhecer um projeto da agência da ONU na cidade de Goma, na província de Kivu Norte. 

Em nota, o PMA expressou “profundos pêsames às famílias, colegas e amigos das vítimas”.  

A agência informou que outros passageiros que viajavam com a delegação ficaram feridos.   

O PMA está cooperando com as autoridades para determinar os detalhes do ataque, que ocorreu em uma estrada que havia sido liberada para viagens sem escolta.  

A agência também está em contato com as autoridades italianas.  

O grupo viajava num comboio do PMA para conhecer um projeto da agência da ONU na cidade de Goma
Monusco/Abel Kavanagh
O grupo viajava num comboio do PMA para conhecer um projeto da agência da ONU na cidade de Goma

Justiça  

O vice-representante especial do secretário-geral no país e chefe interino Monusco, David McLachlan-Karr , também condenou o ataque.  

McLachlan-Karr disse estar “arrasado” com as mortes.   

Ele afirmou que "os responsáveis ​​por este atentado devem ser identificados e processados ​​com toda determinação" e ofereceu suas condolências à família das vítimas, à Itália e ao PMA.   

Também no Twitter, o diretor-geral da Organização Internacional para Migrações, António Vitorino, contou estar “horrorizado com o ataque”, lamentando as mortes deste “crime sem sentido”.   

 

*Matéria atualizada às 15:50, horário de Nova Iorque.