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Guiné-Conacri foi uma das três nações mais afetadas pelo surto de ebola ocorrido na África Ocidental entre 2014 e 2016

OMS acelera ação no terreno após surto de ebola declarado na Guiné-Conacri  BR

Federação Internacional da Cruz Vermelha/ Sociedade do Vermelho Crescente
Guiné-Conacri foi uma das três nações mais afetadas pelo surto de ebola ocorrido na África Ocidental entre 2014 e 2016

OMS acelera ação no terreno após surto de ebola declarado na Guiné-Conacri 

Saúde

Agência apoia autoridades locais em medidas de combate, incluindo na aquisição de vacinas; imunização arrancou na vizinha RD Congo e contatos acontecem com autoridades marfinenses, malianas, senegalesas e em outras nações em risco. 

Funcionários da Organização Mundial da Saúde, OMS, apoiam ações de vigilância, prevenção e controle do ebola na Guiné-Conacri, onde as autoridades declararam um surto.  

Três casos foram recentemente confirmados na comunidade rural de Gouéké, na prefeitura de N'Zerekore, marcando a primeira vez em que a doença é descoberta no país desde o surto que terminou em 2016.  

Comunidades  

A ação dos trabalhadores enviados pela OMS será em “unidades de saúde e outros locais importantes, além de atingir às comunidades garantindo que estas desempenhem um papel fundamental na resposta”. 

Homem na RD Congo recebe vacina contra ebola
Banco Mundial/Vincent Tremeau
Homem na RD Congo recebe vacina contra ebola

 

A agência da ONU também apoia as autoridades nacionais na aquisição da vacina contra o ebola, que foi fundamental no controle de surtos na República Democrática do Congo, RD Congo.  

O território congolês iniciou esta segunda-feira a campanha de vacinação em Butembo, uma semana após o ressurgimento do vírus. Os primeiros a serem imunizados foram profissionais do Centro de Saúde de Matanda, onde foi tratado o primeiro paciente. 

Em território guineense, as primeiras investigações revelaram que uma enfermeira da unidade de saúde local morreu de ebola em 28 de janeiro de 2021.  

Surto de 2014  

Depois do enterro, seis pessoas presentes na cerimônia relataram sintomas semelhantes e duas delas morreram. Outras quatro vítimas foram hospitalizadas. 

A Guiné-Conacri foi uma das três nações mais afetadas pelo surto ocorrido na África Ocidental entre 2014 e 2016. A epidemia foi considerada a maior desde a descoberta do vírus em 1976. 

David Ilomba e Louise Ilomba perderam mãe para o vírus ébola. As duas crianças pequenas têm apenas 7 e 6 anos de idade.
© Unicef/Mulala
David Ilomba e Louise Ilomba perderam mãe para o vírus ébola. As duas crianças pequenas têm apenas 7 e 6 anos de idade.

 

Para a diretora regional do Escritório da Organização Mundial da Saúde para África, existe uma grande preocupação com o ressurgimento do ebola em território guineense “que já sofreu muito com a doença”.  

Matshidiso Moeti destacou a perícia e experiência acumuladas durante o surto anterior, com as quais as equipes de saúde se movimentam para rastrear rapidamente o percurso do vírus e conter novas infecções. 

Rastreamento  

A representante realçou o apoio dado pela agência às autoridades locais para a criação de estruturas de teste, o rastreamento de contatos e o tratamento além de permitir “uma resposta geral a toda velocidade”. 

De acordo com a OMS, algumas amostras dos casos confirmados já foram enviadas ao Instituto Pasteur, no Senegal, para um sequenciamento completo do genoma com vista a identificar a cepa do vírus ebola. 

A agência considera o fato de o epicentro do atual surto ser uma área de fronteira. Por isso, trabalha com as autoridades de saúde na Libéria e Serra Leoa para reforçar a vigilância comunitária de casos em distritos dos limites destes países. 

A OMS também fortalece a capacidade de testar os casos e realizar vigilância em instalações de saúde, ao mesmo tempo que faz contatos com os vizinhos Cote d'Ivoire, ou Costa do Marfim, Mali, Senegal e outros países em risco

Funcionários de saúde em centro de tratamento do ebola em Katwa, na RD Congo
Foto ONU: Martine Perret
Funcionários de saúde em centro de tratamento do ebola em Katwa, na RD Congo