Perspectiva Global Reportagens Humanas

Especialistas da OMS recomendam amplo uso da vacina AstraZeneca   BR

Iniciativa Covax é passo importante para a distribuição coordenada de vacinas
University of Oxford/John Cairns
Iniciativa Covax é passo importante para a distribuição coordenada de vacinas

Especialistas da OMS recomendam amplo uso da vacina AstraZeneca  

Saúde

Painel considera que benefícios superam riscos e que imunização deve ser autorizada, incluindo para pessoas com mais de 65 anos; doses devem ser administradas com intervalo de oito a 12 semanas.  

Um painel da Organização Mundial de Saúde, OMS, disse que os benefícios da vacina da AstraZeneca e Universidade de Oxford superam quaisquer riscos. Os cientistas declararam que a injeção deve ser recomendada para uso, incluindo em pessoas com mais de 65 anos. 

Em recomendações provisórias, o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização, Sage na sigla em inglês, disse que a vacina deve ser administrada em duas doses, com um intervalo de cerca de oito a 12 semanas entre a primeira e a segunda doses. 

Recomendações  

Segundo o presidente do painel de especialistas da OMS, Alejandro Cravioto, o efeito da injeção em pessoas mais velhas deve ser o mesmo que em recipientes mais jovens.  

Paciente no reino Unido recebe vacina da Universidade de Oxford e AstraZeneca
Universidade de Oxford/John Cairns
Paciente no reino Unido recebe vacina da Universidade de Oxford e AstraZeneca

A notícia é importante para os países em desenvolvimento. A AstraZeneca é parceira da Covax, a iniciativa da OMS para garantir uma distribuição global da vacina. Além disso, o produto é mais fácil de implantar do que outros, porque não precisa de ser armazenado em temperaturas ultrafrias e custa menos. 

A Covax espera distribuir pelo menos 2 bilhões de doses até o final do ano, vacinando pelo menos 20% da população de cada país participante. 

Alerta 

No domingo, a África do Sul anunciou a suspensão temporária da vacina da AstraZeneca depois de um estudo mostrar uma eficácia mínima na prevenção de doenças moderadas causadas por uma variante identificada no país.  

Segundo o painel, mesmo com estas questões, “não há razão para não recomendar seu uso”. 

Cientistas fazem testes em amostras no Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, durante desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus.
University of Oxford/John Cairns
Cientistas fazem testes em amostras no Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, durante desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus.

Na segunda-feira, falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, disse que “o surgimento de novas variantes do vírus levanta questões sobre o impacto potencial dessas variantes nas vacinas.”  

Para o chefe da OMS, “parece cada vez mais claro que os fabricantes terão que se ajustar à evolução do vírus, levando em consideração as variantes mais recentes.”  

Ghebreyesus deu o exemplo das vacinas contra a gripe, que são atualizadas duas vezes por ano para manter sua eficácia contra as cepas dominantes.  

O chefe da agência disse ainda que todos tem um papel a desempenhar. Cada vez que alguém decide ficar em casa, para evitar multidões, usar uma máscara ou limpar as mãos, está negando ao vírus a oportunidade de se espalhar e mudar de maneiras que tornam as vacinas menos eficazes.