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União Europeia, Unicef e Acnur protegem crianças migrantes na América Latina e África Austral BR

Família migrante no México. Cerca de 11 milhões de mexicanos vivem fora do país
Unicef México
Família migrante no México. Cerca de 11 milhões de mexicanos vivem fora do país

União Europeia, Unicef e Acnur protegem crianças migrantes na América Latina e África Austral

Direitos humanos

Novo programa está sendo implementado em El Salvador, México, África do Sul e Zâmbia; iniciativa pretende melhorar a capacidade dos sistemas de proteção para incluírem serviços sensíveis ao gênero e encontrar alternativas à detenção de menores.
 

Um novo programa da União Europeia, UE, em parceria com agências da ONU, pretende fortalecer os sistemas de proteção infantil e fornecer alternativas para detenção de crianças migrantes.

Junto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, a iniciativa está sendo implementada em El Salvador e México, na América Latina. África do Sul e Zâmbia acolhem o programa na África Austral.

Objetivos

No total, o orçamento de € 7,5 milhões recebeu € 7 milhões da UE. Ao longo de 30 meses, os parceiros trabalharão em conjunto com os governos nacionais, autoridades locais e organizações da sociedade civil. 

O programa irá trabalhar em três objetivos. Em primeiro lugar, melhorar a capacidade dos sistemas de proteção incluírem serviços sensíveis ao gênero e opções alternativas à detenção.

Na América Latina, El Salvador foi um dos países escolhidos para lançar a iniciativa
© Acnur/Daniel Dreifuss
Na América Latina, El Salvador foi um dos países escolhidos para lançar a iniciativa

Em segundo lugar, aumentar a capacidade de detectar crianças que sofrem ou estão sob risco de violência de gênero e de encaminhá-las para cuidados alternativos.

Por fim, documentar as melhores práticas e compartilhar para fortalecer a cooperação sul-sul e global.

Direitos

Em comunicado, a comissária europeia para as Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen disse que “as crianças devem sempre ser tratadas em primeiro lugar como crianças, independentemente do seu status de migração.”

Segundo ela, meninos e meninas “têm o direito de ser protegidos e viver em um ambiente seguro, incluindo acesso à educação, saúde e saneamento, serviços sociais e jurídicos e apoio psicológico.”

Detenção

A iniciativa pretende chegar, especialmente, a crianças afetadas pela detenção de migrantes. 

O diretor regional do Unicef na África Oriental e Austral, Mohamed M. Malick Fall, destacou diversos riscos nos países de origem, trânsito e destino, como sequestro, separação dos pais e cuidadores, violência, exploração e abuso, com maiores riscos para as meninas. 

Crianças migrantes têm direitos a serviços de saúde, como esta campanha de vacinação na Zâmbia
Foto: Aliança Gavi/Duncan Graham-Rowe
Crianças migrantes têm direitos a serviços de saúde, como esta campanha de vacinação na Zâmbia

Segundo ele, “em uma época em que a Covid-19 prejudicou o acesso aos serviços, essas crianças estão ainda mais vulneráveis.”

Cooperação

Já a diretora de Proteção Internacional do Acnur, Grainne O’Hara, afirmou que o projeto “é uma oportunidade crucial para todos os atores envolvidos trabalharem melhor em conjunto.”

O’Hara disse que esses meninos e meninas enfrentam riscos específicos que exigem respostas personalizadas e nunca devem ser detidos.  Segundo ela, “tendo fugido da violência e da perseguição, as crianças muitas vezes enfrentam novos abusos, negligência e exploração em suas jornadas ou em seu destino.”

Segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Desa, em 2019 o número de migrantes internacionais na África Oriental e Meridional foi de 12,3 milhões e de 1,9 milhão na América Central.