Unaids pede à Venezuela que liberte cinco trabalhadores humanitários
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids disse que está “profundamente preocupado” com a detenção dos integrantes da ONG Azul Positivo pela polícia militar em 12 de janeiro.
Uma agência da ONU pediu que cinco trabalhadores da Organização Não-Governamental Azul Positivo sejam postos em liberdade na Venezuela.
Os funcionários: Johán León Reyes, Yordy Bermúdez, Layners Gutiérrez Díaz, Alejandro Gómez Di Maggio and Luis Ferrebuz foram detidos pela polícia militar venezuelana em 12 de janeiro.

Financiamento
Os trabalhadores humanitários foram presos durante uma batida policial. No incidente, os documentos da ONG foram apreendidos assim como equipamentos do local.
Foi a segunda vez, em dois meses, que uma entidade humanitária foi vasculhada por forças de segurança e teve seus empregados questionados a respeito de financiamento recebido do exterior.
O apelo pela libertação é do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, que coopera com a ONG no país. A chefe do Unaids, Winnie Byanyima, também disse que o equipamento confiscado durante a prisão deve ser retornado aos donos.
Ela lembrou que uma sociedade civil forte e autônoma desempenha um papel central na provisão de serviços às pessoas mais carentes e é fundamental no avanço do combate ao HIV, na Venezuela.

Impacto positivo
A ONG Azul Positivo foi criada em 2004 para atuar na prevenção do vírus da Aids, no estado de Zulia. Segundo a agência da ONU, a ONG tem um impacto positivo na luta contra o HIV.
No comunicado, o Unaids afirmou que quer continuar a cooperar com as agências humanitárias do país no combate à doença assim como com as autoridades locais.
A agência atua com as comunidades e a sociedade civil para garantir o acesso das pessoas com HIV ao tratamento, além de apoiar ações de prevenção e suporte.
Para o Unaids é importante frisar que todas as pessoas que vivem com HIV devem ter seus direitos protegidos.

Relatora especial
E numa nota separada, a especialista em direitos humanos sobre medidas coercivas e unilaterais avisou que visitará a Venezuela na segunda-feira.
Alena Douhan disse que ficará no país até 12 de fevereiro para analisar o impacto das sanções unilaterais sobre os direitos humanos.
A relatora se reunirá com representantes do governo venezuelano, do Parlamento, do Judiciário e representantes da sociedade civil além de diplomatas que servem no país.
Ela deve apresentar o relatório sobre a visita ao Conselho de Direitos Humanos, em setembro.