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Dia Mundial de Combate à Hanseníase ressalta necessidade de prevenção BR

De acordo com a OMS, Brasil tem a segunda maior taxa de casos de hanseníase no mundo
Opas
De acordo com a OMS, Brasil tem a segunda maior taxa de casos de hanseníase no mundo

Dia Mundial de Combate à Hanseníase ressalta necessidade de prevenção

Saúde

Doença, também conhecida como lepra, tem 200 mil novos casos por ano; data é marcada no último domingo de janeiro; embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial da Saúde, OMS, para Eliminação da Lepra, afirma que milhões de pessoas vivem com alguma forma de deficiência após serem afetadas.    

Este 31 de janeiro é o Dia Mundial de Combate à Hanseníase ou lepra. Milhões de pessoas que foram contaminadas pela doença vivem com alguma forma de deficiência.

Em comunicado, o embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial da Saúde, OMS, Yohei Sasakawa, contou que embora as manchetes no ano passado tenham sido dominadas pela pandemia da Covid-19, a hanseníase continua contaminando pelo menos 200 mil pessoas todos os anos.

Hanseníase continua contaminando pelo menos 200 mil pessoas todos os anos
Unicef/Sanjay Acharya
Hanseníase continua contaminando pelo menos 200 mil pessoas todos os anos

Estigmatização

Um dos maiores problemas além das complicações de saúde é a estigmatização e a exclusão social. Em alguns países, leis obsoletas ainda permitem que a doença seja usada como pretexto para pedidos de divórcio e para evitar que as pessoas participem da vida social.
Sasakawa contou que conheceu de perto indivíduos marginalizados por causa da hanseníase. Crianças e mulheres são as mais afetadas pelas consequências socioeconômicas da lepra.

Ele lembra que para vencer a doença é preciso mais que um diagnóstico, os pacientes necessitam de um tratamento imediato. E a sociedade tem de entender que a lepra não pode ser mais motivo de vergonha ou preconceito.

Viver com dignidade

Sistemas de saúde precisam remover barreiras àqueles que buscam cuidados e os pacientes com hanseníase, assim como suas famílias, devem desfrutar dos direitos humanos básicos de viver com dignidade.

Ele descreveu a doença como uma motocicleta, onde a roda dianteira representa a cura e as traseira simboliza o fim da discriminação. 
Apenas quando ambas as rodas estiverem girando ao mesmo tempo, se obterá o avanço em direção a um mundo sem lepra.

A OMS aprovou a Estratégia Global de Combate à Hanseníase para 2021-2030.

Relatora da ONU para a eliminação da discriminação das pessoas com hanseníase, Alice Cruz
ONU/Jean-Marc Ferré
Relatora da ONU para a eliminação da discriminação das pessoas com hanseníase, Alice Cruz

Brasil

A relatora especial para Eliminação da Discriminação das Pessoas com Hanseníase, Alice Cruz, expressou preocupação com a situação dos brasileiros afetados pela doença, após uma vista dela ao Brasil, em 2019.

No final da viagem oficial, ela pediu ao governo para redobrar ações de combate à discriminação de pessoas vivendo com hanseníase. 
Dois anos antes, o Brasil havia registrado 27 mil novos casos de lepra. A relatora notou que muitas crianças afetadas não podiam frequentar a escola.

De acordo com a OMS, o país tem a segunda maior taxa de casos de hanseníase no mundo. A relatora Alice Cruz lembrou que a doença é evitável e curável.